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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Série D ou Série E? Propostas em pauta na CBF podem não resolver calendário e até piorar a situação

Rebaixado no Campeonato Paranaense, o Paraná Clube é outro time sem calendário para a próxima temporada (Foto: Luis Garcia/AGIF)
Paraná Clube, Bangu, Treze, Campinense e, possivelmente, Sampaio Corrêa. Esses são apenas alguns clubes que estarão sem calendário nacional em 2026. A comoção causada pela inatividade de alguns dos mais tradicionais clubes do Brasil acelera discussões nos bastidores da CBF.
Nos últimos dias muito tem se falado sobre uma reforma no calendário do futebol brasileiro. Especialmente no que se trata da última divisão nacional – uma reestruturação da Série D ou a possível criação de uma Série E, que viria ser a quinta divisão do Campeonato Brasileiro.
Mas do jeito que está se falando é chover no molhado e não vai resolver problema algum. A ideia de ampliação da Série D – de 64 para 128 clubes, por exemplo – apenas vai inchar a competição. É claro que dobramos a possibilidade de cada time, mas isso não vai garantir ninguém. Ainda mais se for mantido o critério das vagas contempladas a partir do Ranking Nacional de Federações (RNF).
Por exemplo: atualmente a Federação Paulista tem direito a quatro vagas na Série D por liderar o RNF. Se a competição sair de 64 para 128 clubes, seriam oito vagas. E São Paulo, que já tem 17 clubes nas quatro divisões, passaria a ter 21. Ou seja, mais do que o próprio Paulistão da Série A-1, que tem 16 times. Por outro lado, o Mato Grosso do Sul passaria de um para dois – e não resolveria o problema dos clubes sem calendário.
A criação de uma Série E limitada a clubes via estadual traria o mesmo questionamento. No contexto geral, pouco adiantaria. Isso porque se um clube não fosse bem na disputa doméstica, estaria sem calendário da mesma forma. E, pior ainda, teria mais uma divisão para escalar até chegar na elite.
Imagine, por exemplo, o caminho de volta do Paraná a partir da Série E de 2027, ano sugerido pela CBF para a implantação de uma quinta divisão. Na melhor das hipóteses, o Tricolor só estaria de volta à Série A em 2031.
Em 2025, nada menos que 145 times de primeira divisão em seus respectivos estaduais não tiveram calendário nacional. O Mato Grosso do Sul puxa a fila de ausentes, com nove representantes, seguido de Espírito Santo e Distrito Federal, com oito times sem calendário nacional nesta temporada. Por outro lado, apenas dois times do Paulistão ficaram de fora - Noroeste e Velo Clube, que subiram do Paulistão A2, e que portanto não tiveram como se classificar no ano passado.
E qual a solução mais viável?
Por mais contraditório que possa parecer, a última divisão do Brasileirão – seja a Série D ou a E – tem que ser aberta a quem quiser jogar. Nem que tenha 200 times. Regionalizada, diminuindo os custos de quem participar. E para incentivar os estaduais, o melhor classificado que não estivesse jogando as divisões superiores teria os custos bancados pela CBF.
Vale lembrar que uma divisão aberta não é novidade. Em 1995, por exemplo, a Série C (na época, a última divisão do futebol brasileiro) chegou a ter 107 times.
O fato é que, desta forma, teria calendário quem quisesse – ou tivesse como pagar. Seria bem mais democrática e não puniria ninguém por uma campanha irregular no estadual. No pior dos cenários, quem não fosse bem teria que abrir o bolso para jogar. Mas jogaria.
Propostas em discussão na CBF
São duas propostas levadas pelos clubes para a CBF. A primeira delas seria a criação da Série E, que teria os mesmos 64 times da atual formatação da Série D. A quarta divisão, por sua vez, ficaria com 20 clubes classificados a partir da edição de 2026. Ou seja, na prática seria criada uma nova divisão, mas adicionando apenas 20 clubes com calendário.
A segunda proposta seria uma reestruturação da própria Série D, passando de 64 para 96 times - um aumento de 32 clubes, que, na prática, significaria um clube a mais para a maioria das federações.
Com uma nova Série D ou mesmo a criação da Série E, o calendário do futebol nacional para 2026 será anunciado em no máximo dois meses. Essa foi a previsão do presidente da CBF, Samir Xaud, durante o sorteio das quartas de final da Copa do Brasil, realizado nesta terça-feira.
- Na verdade, dentro de 60 dias a gente anuncia (o novo calendário). Eles vêm em reformulação do calendário nacional do futebol brasileiro. É necessário, é devido. E a nossa equipe técnica está trabalhando para ajustar da melhor forma possível o calendário de 2026 - disse o presidente.
Enfim, num futebol com mais de 700 clubes profissionais (de acordo com levantamento feito em 2023 pela própria CBF), ter apenas 128 disputando o Brasileirão parece incoerente. Que a solução encontrada não traga novas incoerências.

Por Expedito Madruga 
ge João Pessoa

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