Um dos grandes times do estado da Paraíba, o Treze Futebol Clube, nasceu em uma pequena casa de seu primeiro presidente e fundador, no longínquo ano de 1925, precisamente no dia sete de setembro. O senhor Antônio Fernandes Bióca abriu as portas de sua residência e recebeu doze amigos que gostavam de futebol, discutiram, planejaram e finalmente foi criado um dos grandes times do Nordeste.
O fundador Antônio Fernandes Bióca é considerado por muitos historiadores como sendo o desportista que introduziu o futebol na Paraíba; tendo inclusive passagens nos antigos clubes do Red Cross e Esporte Clube Cabo Branco. Este último ainda existente; porém abandonou o futebol profissional.
O Nome do clube que estava sendo criado não teve consenso nas primeiras discussões, foi quando um dos fundadores- José Casado – teve a brilhante ideia de homenagear e batizar a nova agremiação chamando-a de Treze Futebol Clube em decorrência de serem treze desportistas que participavam da sua fundação. A proposta foi de imediato aceita por todos os treze fundadores presentes. Uma ata histórica foi redigida pelo secretário interino Alberto Santos e assinada por todos.
Não foi difícil fazer a escolha, do símbolo do clube em um estado que tem a cultura e a tradição de fazer uma fezinha no jogo do bicho. E assim o Treze F. C passou a ser carinhosamente chamado de galo, animal representado pelo número 13 no jogo do bicho. Hoje, depois desse tempo todo, podemos dizer que o galo da Borborema já cantou alto em muitos galinheiros da região norte nordeste.
O primeiro jogo oficial do galo da Borborema foi realizado contra a forte equipe do Palmeiras, no campo existente nas antigas instalações da Sanbra, terminando com a vitória de um tento a zero, gol marcado por Plácido Veras “Guiné” que passou a ser o atleta que marcou o gol número um do Treze F.C.
Em 1937, na época do interventor Argemiro de Figueiredo, foi doado o terreno que posteriormente foi construído o estádio Presidente Vargas, que já passou por várias reformas e que foi palco de jogos históricos, principalmente com o seu maior rival, o aristocrático Campinense Clube.
No ano de 1940 o time conseguiu conquistar o seu primeiro título estadual, repetindo a façanha e conquistando o bicampeonato em 1941. Um grande orgulho para o torcedor trezeano foi o fato de ver o bicampeão do mundo “Garrincha” no final da década de sessenta vestir a sua camisa em um jogo amistoso contra a seleção da Romênia.
Uma curiosidade que não agradou a sua torcida fora a tentativa ocorrida nos anos oitenta de alguns dirigentes de mudar o nome do clube: de Treze Futebol Clube para Treze Atlético Paraibano; por meio de uma estrondosa votação em plebiscito os dirigentes tradicionais derrotaram e esmagaram essa ideia inovadora.
O Treze e o Botafogo da capital disputam e se rivalizam para ver quem possui a maior torcida do estado, a mais fanática, e a que proporcionou o maior público em nossas praças de esportes. Há controvérsias nesse assunto.
Aliás, por falar em torcida, no final da década de setenta saí de João Pessoa em um veículo Kombi com os amigos irmãos Naná de biu, Vanni baú, Ricardo Cabaré, Sérgio bode, Sérgio peba, Eduardo macaco, Fernando cagão, Dário doido, Walfredo macaxeira, Kiko doido e Doca do leite para assistirmos o jogo contra o forte e temido time do Treze Futebol Clube dentro do Amigão. Cobrimos o veículo com as bandeiras do Belo, levamos um surdo, um tarol, dois repiques, dois maracás, muita cachaça, fogos de artifícios e partimos.
Estávamos todos alegres, um pouco embriagados e festivos, passamos a soltar fogos e a cantar músicas e hinos do time da capital. Finalmente, no interior da tradicional Sorveteria Flórida, quando tomávamos a saideira, a expulsadeira, a última, a pé na bunda e outras mais, um dos nossos inadvertidamente passou a cantar e a gente a fazer coro:
“O belo tomar cerveja.
O galo tomar pitu.
O belo tomar no copo
O galo tomar no ...?”
Foi nesse dia que tive a certeza que a torcida do galo poderia não ser a maior do Estado, mas naquele momento foi melhor de briga, pois saímos escoltado pela briosa PM e portando várias escoriações pelo corpo. Esta crônica é dedicada aos treze desportistas que fundaram esse histórico e imensurável patrimônio: o Treze Futebol Clube que acaba de completar 98 anos de glórias!
Viva o galo da Borborema!
Serpa Di Lorenzo
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