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quarta-feira, 8 de março de 2023

Desafio, garra e superação: a rotina de uma árbitra de futebol e suas outras profissões

Ruthyanna Camila apitou Botafogo-PB x Auto Esporte-PB, pelo Campeonato Paraibano (Foto: Ismar / Diventare Press)
Quem acompanha o futebol paraibano conhece bem Ruthyanna Camila, a única mulher que compõe o quadro de árbitros da Federação Paraibana de Futebol (FPF-PB). O que nem todo mundo sabe é que os desafios de sua rotina vão além das quatro linhas de um campo de futebol. Ruthyanna, além de árbitra, é também médica veterinária e professora, e equilibra as diferentes funções em um dia a dia corrido.
Ruthyanna Camila tem 27 anos e é árbitra do quadro da CBF desde 2016, sendo a única mulher do quadro da FPF-PB. Ela entrou para a história do futebol paraibano ao se tornar a primeira mulher a apitar o maior clássico do futebol do estado, o Clássico dos Maiorais entre Campinense e Treze, no Campeonato Paraibano de 2022.
Esse lado de Ruthyanna já é conhecido de quem vive o futebol paraibano, seja torcendo ou trabalhando diretamente no meio. Mas o que nem todo mundo sabe é que essa é apenas uma das três profissões que ela exerce.
Ruthyanna fez simultaneamente os cursos de Medicina Veterinária, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e de Licenciatura em Educação Física, em uma faculdade particular. Hoje ela atende em uma clínica veterinária e dá aulas de educação física em uma escola pública na cidade de Patos, no Sertão da Paraíba, além de ser árbitra de futebol. Áreas totalmente diferentes, mas que sempre fizeram parte dos sonhos e desejos, tanto dela, quanto da família.
Me sinto realizada nas três profissões, me dedico da mesma forma às três. Era um sonho de criança entrar no curso de medicina veterinária, tanto meu, quanto dos meus pais e dos meus avós, e consegui realizar esse sonho. Sempre gostei muito de educação física, sempre joguei bola… Entrar na arbitragem também era um dos meus sonhos — disse Ruthyanna.
Ruthyanna Camila atendendo um paciente felino (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
Ruthyanna organiza sua rotina a cada semana, de acordo com as demandas nas três áreas. Na agenda, tem os horários em sala de aula, na clínica e nos campos de futebol. Há momentos em que fica até difícil de administrar tudo.
Tem dias que nem eu sei explicar como dou conta, mas as coisas foram fluindo. Hoje eu consigo conciliar as três profissões, mas contando muito com o bom senso das equipes que me chefiam, tanto na arbitragem, quanto na clínica em que eu trabalho e também na escola — explicou.
Ana Laura e Ruthyanna na recepção da clínica veterinária (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
Se quem acompanha futebol fica surpreso quando descobre as outras duas profissões da árbitra, há quem tenha feito o caminho inverso. É o caso Ana Laura, que trabalha como recepcionista na clínica onde Ruthyanna atende.
De início eu não sabia que Ruthyanna era árbitra, foi um choque para mim, eu não imaginava que uma veterinária também era árbitra, pensei até que era brincadeira. A gente sempre diz que ela tem multifunções. É muito bom trabalhar com alguém assim, porque ela acaba tendo outra visão das pessoas, do mundo — disse Ana Laura.
Quando Ruthyanna sai da clínica, é a hora de tirar o jaleco e colocar em ação o seu lado professora. Ela tem turmas com alunos entre 10 e 12 anos e, além das aulas práticas, há também a parte teórica, em sala de aula, onde ela passa, inclusive, um pouco de suas vivências como árbitra.
Ruthyanna Camila atuando como professora (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
Quando questionada sobre o que seria mais difícil, se comandar um Clássico Dos Maiorais, uma turma de alunos ou seus pacientes, Ruthyanna foi enfática: o Clássico dos Maiorais.
Nem se compara. Com certeza, é o Clássico dos Maiorais. Ali é cada um querendo defender sua camisa, assim como eu vou querer defender a minha camisa da arbitragem. Os meninos em sala de aula o que eu dito é regra, eles apenas obedecem, até porque é para o aprendizado deles. E os bichos eu estou ali para salvar a vida deles. Às vezes eu ganho uma mordida ou outra, mas no final dá tudo certo — relatou.
Ruthyanna Camila foi a primeira mulher a apitar um Clássico dos Maiorais (Foto: Acervo pessoal / Ruthyanna Camila)
O futebol também foi primeiro lugar na questão do machismo. Ruthyanna falou que em todas as áreas ela consegue ver preconceito, mas é ainda mais acentuado no meio do esporte.
Nas três profissões o machismo existe, mas a probabilidade maior, com certeza, é no futebol. É um ambiente mais machista, onde a classe dominante é masculina, mas, devagar, nós vamos conquistando nossos espaços, e conquistando isso com méritos – disse.
Ruthyanna Camila dando aula teórica de Educação Física (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
O sonho de Ruthyanna, no momento, é ingressar no quadro de árbitros da Fifa. Com o foco e bom desempenho que ela vem apresentando, isso parece ser apenas questão de tempo.
Mas o que ela já se orgulha é de servir como exemplo para que outras mulheres possam seguir o mesmo caminho, sempre com ética e responsabilidade.
O que eu vejo que estou alcançando é servir de exemplo e inspiração para outras mulheres, até porque eu não sou eterna, então eu quero deixar uma portinha aberta para que venham mais – finalizou.

Por Izabel Rodrigues 
ge Patos, PB

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