No dia vinte e sete de fevereiro de 1955, na residência de nº 1910 da Av. Cruz das Armas, bairro homônimo, treze jovens desportistas e sonhadores fundaram a Associação Atlética Portuguesa, clube que adotou o verde e o vermelho em seu uniforme, com uma estrela no peito com as iniciais A A P. A Lusa de Cruz das Armas, como ficou conhecida nos meios desportivos, tratou logo de se organizar e manter uma estrutura, filiando-se a Federação Paraibana de Futebol, sendo reconhecida de utilidade pública e obtendo uma razoável sede própria.
A primeira partida disputada pela Portuguesa com os atletas calçando chuteiras, foi em 1956, no então campo da Graça, contra o Vasco da Gama do bairro da Torre. As chuteiras, usadas e de segunda mão, foram conseguidas junto ao Ferroviário Esporte Clube, time da Rede Ferroviária Federal. Os bons resultados foram logo surgindo, quando a equipe rubro verde, conquistou o bicampeonato juvenil do estado, nos anos de 1957\58 e o tricampeonato amador de 1958, 59 e 60. Outros diversos títulos e conquistas vieram a somar a galeria de troféus da querida e estimada Portuguesa de Cruz das Armas. Ao todo são 17 títulos, dos quais 15 com a chancela da FPF.
Por trás dessa organização e amor ao clube, sempre estiveram os abnegados dirigentes da Lusa, como Benedito Honório, jogador, autor do hino e primeiro presidente, Waldemar Dornelas, Severino Deodato, Mário Correa, Antônio Luis, Antônio Carlos A. Medeiros (Basa da FPF), José Lima de Sousa, João Gonçalves, Walter Gomes do Amaral, Ivaldo Fidelis de Meireles, Ednaldo Alves de Oliveira e tantos outros desportistas.
A seriedade plantada naquela agremiação colheu excelentes frutos, pois a Lusa passou a formar uma garotada que iria despontar no futebol paraibano, como o artilheiro Chico Matemático, os meio campistas China e Leonecy, o ponta esquerda Serginho e o clássico zagueiro Telino, todos com passagem em equipes profissionais. Porém a sua estrela maior foi o atacante José Morais, o popular “Chicletes”, que saiu do juvenil da Lusa para o Auto Esporte, depois para o Campinense. Deixou a Paraíba e foi defender o Sport Clube do Recife. Saiu do Nordeste e foi defender a Portuguesa de Desportos de São Paulo e o Fluminense do Rio de Janeiro. Quando o Brasil ficou pequeno para o seu futebol, Chicletes foi jogar em Portugal, depois na França, no Canadá e na Turquia. Em 1966, a Associação Atlética Portuguesa participou da divisão de elite do futebol paraibano, quando disputou o denominado campeonato misto da primeira divisão. Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que a Associação Atlética Portuguesa, a popular Lusa de Cruz das Armas, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Por Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
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