Valberto Lira é procurador do Ministério Público da Paraíba — Foto: Hévilla Wanderley / GloboEsporte.com |
Procurador do Ministério Público da Paraíba, Valberto Lira se pronunciou diante das debates da Federação Paraibana de Futebol (FPF) e dos 10 clubes que estão disputando o Campeonato Paraibano para a retomada do futebol no estado. Ele, que também é coordenador da Comissão Nacional de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios, disse ser contrário à volta e ainda levantou questões importantes sobre o Protocolo de Retomada elaborado pela FPF a partir dos indicativos de segurança propostos pela CBF.
Para Valberto, o protocolo da CBF, que foi adaptado por cada federação estadual, não possui compromisso nenhum em termos de segurança, apenas presunções. O procurador ainda definiu a tentativa de retomada do futebol em meio ao avanço do novo coronavírus na Paraíba como irresponsável.
– Lógico que todos nós queremos e ansiamos pelo retorno do Campeonato Paraibano de futebol. Mas isso não nos autoriza, até de uma maneira irresponsável, que nós pensemos nessa situação, principalmente quando nós ainda estamos, no estado da Paraíba, numa curva crescente tanto na contaminação quanto no número de óbitos. Daí, a posição de todos que fazem a Comissão da não concordância com o retorno. E tomamos essa posição porque futebol não acontece só com atletas, comissão técnica, reservas. Para o futebol existir, ele depende de bilheteiros, gandulas, porteiros e dos órgãos de segurança. Ao meu conhecimento, um protocolo estaria sendo discutido. A Comissão não participou de nenhuma reunião nesse sentido. Foi com os órgãos de saúde. Mas tivemos acesso ao protocolo. Infelizmente, nós não vemos nele nenhum compromisso, apenas conjecturas – analisou Valberto.
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O procurados do Ministério Público ressaltou que nem federação nem os clubes foram claros sobre a questão dos testes. O procurador é completamente contrário à ideia de que o poder público arque com essa despesa. Ele ainda deixou claro que não é prudente testar apenas jogadores e comissões técnicas, mas também todos os profissionais que vão para o campo em dia de partida, incluindo o pessoal da segurança.
– Nós queremos saber quem vai bancar os testes com todos aqueles que vão participar de uma partida em qualquer estádio. A não ser que queiram, mais uma vez, que o poder público assuma esse ônus. Vamos chamar os promotores que tomam conta do patrimônio público. Nós temos conhecimento que um teste rápido custa em torno de R$ 300. Para a realização de um jogo, nós sabemos que, só entre atletas e comissões técnicas, nós temos umas 50 pessoas. Fora os outros profissionais. Quem vai bancar isso tudo? Os dirigentes dos clubes? Isso precisa ficar claro – declarou o procurador.
As conversas sobre a retomada do futebol no estado começaram na semana passada, quando a FPF reuniu cinco representantes de clubes da elite do Campeonato Paraibano. A ideia inicial era a de que os treinamentos recomeçassem nesta segunda-feira, dia 15, e que o estadual fosse concluído de 5 até 26 de julho. Depois disso, a entidade ainda realizou uma reunião com os médicos de cada equipe para adaptar o protocolo enviado pela CBF e, posteriormente, encaminhar para os órgãos de saúde competentes.
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