Foto: Agência AP |
Toda criança brasileira, que sonha em se tornar jogador de futebol, almeja, em algum momento, conhecer o tão falado Maracanã. Um desses palcos que a maioria das pessoas só vê pela televisão e que, por ela, se convence de que ele foi cenário dos principais feitos do esporte mais popular no Brasil. Daí nasce a certeza de que não se trata de qualquer estádio. Foi assim que aconteceu com o paraibano Givanildo Vieira de Souza, o Hulk, que, do Maraca, só guarda recordações que nunca serão esquecidas em sua memória. Vestir a camisa da seleção brasileira e ser campeão da Copa das Confederações, no templo sagrado do futebol brasileiro é, sem dúvidas, um sonho de criança. E Hulk fez valer, na prática, o que muito foi imaginado, regado e colhido nos campos de Campina Grande, no interior paraibano, onde começou a sua trajetória no futebol.
Até chegar ao Maracanã - que completa 70 anos nesta terça-feira -, Hulk construiu uma pirâmide futebolística muito notável no exterior. Passou pelos campos do Japão, de Portugal e da Rússia. Jogou Champions League, pisou nos principais centros europeus, conquistou títulos, marcou golaços com seu potente chute com a perna esquerda, se tornou, em 2012, a sétima transferência mais cara do futebol - quando o Zenit pagou 60 milhões de euros (R$ 153 milhões à época) ao Porto - e construiu uma saúde financeira e tanto.
Mas faltava o Maracanã. Deixou de faltar em 2012, com a convocação do treinador Luiz Felipe Scolari, que pôs o nome do atacante na lista dos atletas que disputariam o amistoso de reabertura do estádio e que seria disputado contra a Inglaterra.
- É diferente. Quando entramos em um estádio histórico, como é o Maracanã, ainda mais vestindo a camisa da seleção brasileira, com as arquibancadas lotadas, com uma pressão que é muito grande, é uma sensação única. Eu me sinto privilegiado. Qual o jogador que não sonha um dia jogar no Maracanã? - indagou.
Hulk foi titular no duelo contra os ingleses, que acabou empatado em 2 a 2. O paraibano não chegou a balançar as redes, mas ficou a impressão de que voltaria para valer no ano seguinte. Isso porque, em 2013, a Copa das Confederações seria disputada no Brasil. Com bom futebol no Zenit e exercendo bem uma função um tanto peculiar imposta por Felipão - com mais responsabilidade defensiva sem a bola -, Hulk foi convocado, atuou como titular em todas as partidas e chegou ao topo de sua carreira numa atuação impecável na grande decisão contra a Espanha.
- O momento mais marcante foi no dia 30 de junho de 2013, quando eu consegui ser campeão da Copa das Confederações. Foi mais que a realização de um sonho. Meu sonho era jogar no Maracanã. Chegar naquele momento e conseguir ser campeão com a seleção brasileira... eram inúmeros sonhos sendo realizados. Esse momento vai ficar marcado para sempre na minha história - declarou.
Hulk, junto a Daniel Alves, David Luiz, Neymar e Fred, despachou a Espanha, que viera ao Brasil com a base quase igual àquela campeã do mundo apenas três anos antes, em 2010, na África do Sul. Na final, o Maracanã pulsou na vitória do Brasil por 3 a 0. O atacante participou diretamente do primeiro gol marcado por Fred e ainda deu o passe para que o camisa 9 marcasse o seu segundo gol na final, que fechou o placar do confronto. O outro gol da partida foi marcado por Neymar, num chute forte, indefensável para o goleiro Casillas.
O vínculo de Hulk com o Maracanã poderia ganhar um alcance desmedido no ano seguinte. Voltar ao estádio representando as cores canarinhas, em 2014, significaria que o paraibano estaria na final da Copa do Mundo. O desejo, porém, foi interrompido nas quartas de final, no súbito 7 a 1 contra a Alemanha.
Apesar de curto, com apenas dois jogos, o sonho de criança de Givanildo Vieira de Sousa foi realizado. Teve conquista de título, memórias inesquecíveis e, por enquanto, final feliz. Com contrato até o fim de 2020 com o Shanghai SIPG, da China, o jogador não descarta um possível retorno ao futebol brasileiro. Seria a grande oportunidade de Hulk garantir novos encontros e estreitar ainda mais o seu elo com o templo mais estimado do futebol brasileiro.
Por Vitor Oliveira
Globoesporte.com
João Pessoa
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