Uma acusação gravíssima contra um árbitro da CBF está agitando os bastidores do futebol paraibano. A diretoria do Auto Esporte, clube de João Pessoa, alega que o árbitro Renan Roberto de Souza sacou e apontou uma arma de fogo contra o presidente do clube, Watteau Rodrigues, após o dirigente reclamar de falhas do juiz contra o seu time em partida realizada na noite dessa quarta-feira. O episódio teria acontecido nas dependências do Estádio Almeidão, na capital paraibana, onde o Auto empatou com o Atlético de Cajazeiras, pelo Campeonato Paraibano. Renan nega as acusações.
Através de nota oficial, o Auto Esporte explicou que, após a partida encerrada, por volta das 22h30, ainda no estádio, dirigentes do clube questionaram Renan Roberto "sobre as três vezes em que teria prejudicado o clube". Ainda de acordo com o documento emitido pelo Auto, o árbitro - que também é policial militar - "sacou de uma arma de fogo, pistola, e apontou para o presidente (...) Watteau Ferreira Rodrigues, ameaçando a sua integridade física e a sua vida".
O Auto Esporte alega que o episódio foi presenciado por outros dirigentes do clube, por jogadores e por funcionários do Estádio Almeidão, onde o jogo tinha acabado de ser realizado. Na nota, o clube define a atitude do árbitro Renan Roberto como sendo "irresponsável e criminosa", sobretudo por se tratar de um policial militar.
- Eu me dirigi a ele e disse: "Rapaz, como é que pode? Três vezes você prejudicou a gente na sua arbitragem". Ele simplesmente olhou para mim e disse: "Saia da minha frente". Eu disse: "Não. Não vou sair". Ele colocou a mão na cintura, ele estava de short, retirou uma pistola e apontou para mim. Ele foi contido até pelos auxiliares dele e pelo nosso pessoal da diretoria - explicou o presidente do Auto, Watteau Rodrigues.
Polêmicas à parte, a partida entre Auto Esporte e Atlético de Cajazeiras - válida pela abertura do quadrangular da morte do Campeonato Paraibano - acabou empatada por 1 a 1. O Auto abriu o placar no início do segundo tempo e sofreu o empate já nos acréscimos, aos 47 minutos. A quantidade de tempo extra, inclusive, foi uma das broncas do time alvirrubro contra o árbitro Renan Roberto, que deu seis minutos além do tempo regulamentar.
Árbitro Renan Roberto nega que estivesse armado
O GloboEsporte.com entrou em contato com Renan Roberto, que confirmou que teve uma conversa com o presidente do Auto Esporte após o jogo, mas negou que tenha apontado uma arma para o dirigente. Segundo Renan, ele nem estava portando arma no estádio.
- As pessoas que me conhecem sabem quem eu sou. Jamais teria feito algo assim. E ele emite essa nota completamente equivocada. Vou entrar com representação contra ele. Ele vai ter que provar. Sou policial, tenho porte de armas, mas no momento eu não estava armado porque eu ia fazer uma outra função, que era de árbitro de futebol. E não preciso estar armado - explicou Renan.
O árbitro ainda disse que foi abordado pelo presidente do Auto Esporte quando estava se encaminhando ao seu carro para ir embora do estádio. Segundo Renan, Watteau Rodrigues usou palavras grosseiras para reclamar da sua atuação e o chamou de "ladrão". O árbitro, então, teria dito que qualquer reclamação com relação à arbitragem fosse reportada à Federação Paraibana de Futebol (FPF). Depois disso, Renan teria entrado no carro e ido embora, sem, em momento algum, fazer uso de uma arma de fogo.
- Ele sabe que sou policial. Eu acho que é desespero. Eu não tenho que ter uma atitude dessa. Eu estou indo na delegacia e vou no sindicado dos árbitros. Ele vai ter que provar essa situação que ele arrumou. Se ele me mostrar algum vídeo ou alguma foto... Ele vai ter que responder isso nas esferas penal, administrativa e cível. Eu também tenho quatro testemunhas, o quarteto de arbitragem, que não teve nada disso que ele falou.
Currículo de Renan Roberto
O árbitro paraibano Renan Roberto tem 31 anos e desde 2011 faz parte do quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Principal árbitro da Paraíba, Renan normalmente é escalado pela CBF para partidas de competições nacionais, como Copa do Nordeste, Copa do Brasil e séries B, C e D do Campeonato Brasileiro.
Confira a nota do Auto contra o árbitro Renan Roberto:
"NOTA OFICIAL
O Auto Esporte Clube, vem publicamente externar a sua indignação com o comportamento miliciano, do Sr. Renan Roberto, árbitro principal da partida realizada entre Auto Esporte Clube 1x1 Atlético de Cajazeiras, no dia 07 de Março do corrente ano, quando, indagado sobre as três vezes em que teria prejudicado o clube, o Sr. Renan Roberto, sacou de uma arma de fogo, pistola, e apontou para o Presidente do Auto Esporte Clube e assessor de Gabinete do Governo do Estado da Paraíba, Dr. Watteau Ferreira Rodrigues, ameaçando a sua integridade física e a sua vida. Tal episódio foi presenciado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Clube, José Benedito Gomes, demais diretores do Auto Esporte Clube, jogadores e servidores do Estádio José Américo Filho " Almeidão " deixando todos perplexos pela atitude irresponsável e criminosa, de um policial militar, portanto servidor público, cuja missão consiste de dar segurança pública e que naquele momento estava na condição de arbitro de uma partida já encerrada. Entendemos que tal atitude criminosa deve ser apurada, nas esferas Cível, Administrativa, Penal e Desportiva. O fato de um policial militar portar uma arma, seja legal ou ilegal, fora da atividade profissional, e exercendo a função de árbitro de futebol, representa um risco para a sociedade e para todos que estiveram naquele recinto e que poderiam ser vitimados pela conduta criminosa daquele servidor. Solicitamos do Comandante Geral da Policia Militar, Cel. Euler Chaves, a instauração e apuração do referido episódio e a consequente punição do servidor. Solicitamos ao Ministério Público do Estado da Paraíba, a investigação acerca do porte de arma, fora do trabalho, a origem da arma sacada pelo servidor e do recebimento dos soldos e proventos do Servidor Público Militar, apurando como se processam estes pagamentos, já que o mesmo, encontra-se apitando partidas de futebol no país inteiro e não se encontra na sua repartição publica, prestando segurança pública, ao contrário dos demais policiais que dão segurança pública ao conjunto da população, recebendo seus proventos para tal função. Que seja instaurado, pelo Dr. Marinaldo, Procurador da Justiça Desportiva do TJD do Futebol, Ação Disciplinar em desfavor do Sr. Renan Roberto, árbitro de futebol, por ter sacado uma arma de fogo, ainda dentro de um estádio de futebol, após a realização de uma partida. Que seja notificado a Confederação Brasileira de Futebol - CBF, acerca dos fatos aqui narrados, pelo Presidente da Federação Paraibana de Futebol - FPF, Amadeu Rodrigues da Silva Júnior, procedendo o afastamento do árbitro, nas esferas Nacional e Estadual. Solicita ainda, a convocação do Coletivo de presidentes de clubes, em assembleia, para se posicionar sobre o caso. João Pessoa, 08 de Março de 2018. Auto Esporte Clube."
Através de nota oficial, o Auto Esporte explicou que, após a partida encerrada, por volta das 22h30, ainda no estádio, dirigentes do clube questionaram Renan Roberto "sobre as três vezes em que teria prejudicado o clube". Ainda de acordo com o documento emitido pelo Auto, o árbitro - que também é policial militar - "sacou de uma arma de fogo, pistola, e apontou para o presidente (...) Watteau Ferreira Rodrigues, ameaçando a sua integridade física e a sua vida".
O Auto Esporte alega que o episódio foi presenciado por outros dirigentes do clube, por jogadores e por funcionários do Estádio Almeidão, onde o jogo tinha acabado de ser realizado. Na nota, o clube define a atitude do árbitro Renan Roberto como sendo "irresponsável e criminosa", sobretudo por se tratar de um policial militar.
- Eu me dirigi a ele e disse: "Rapaz, como é que pode? Três vezes você prejudicou a gente na sua arbitragem". Ele simplesmente olhou para mim e disse: "Saia da minha frente". Eu disse: "Não. Não vou sair". Ele colocou a mão na cintura, ele estava de short, retirou uma pistola e apontou para mim. Ele foi contido até pelos auxiliares dele e pelo nosso pessoal da diretoria - explicou o presidente do Auto, Watteau Rodrigues.
Polêmicas à parte, a partida entre Auto Esporte e Atlético de Cajazeiras - válida pela abertura do quadrangular da morte do Campeonato Paraibano - acabou empatada por 1 a 1. O Auto abriu o placar no início do segundo tempo e sofreu o empate já nos acréscimos, aos 47 minutos. A quantidade de tempo extra, inclusive, foi uma das broncas do time alvirrubro contra o árbitro Renan Roberto, que deu seis minutos além do tempo regulamentar.
Árbitro Renan Roberto nega que estivesse armado
O GloboEsporte.com entrou em contato com Renan Roberto, que confirmou que teve uma conversa com o presidente do Auto Esporte após o jogo, mas negou que tenha apontado uma arma para o dirigente. Segundo Renan, ele nem estava portando arma no estádio.
- As pessoas que me conhecem sabem quem eu sou. Jamais teria feito algo assim. E ele emite essa nota completamente equivocada. Vou entrar com representação contra ele. Ele vai ter que provar. Sou policial, tenho porte de armas, mas no momento eu não estava armado porque eu ia fazer uma outra função, que era de árbitro de futebol. E não preciso estar armado - explicou Renan.
O árbitro ainda disse que foi abordado pelo presidente do Auto Esporte quando estava se encaminhando ao seu carro para ir embora do estádio. Segundo Renan, Watteau Rodrigues usou palavras grosseiras para reclamar da sua atuação e o chamou de "ladrão". O árbitro, então, teria dito que qualquer reclamação com relação à arbitragem fosse reportada à Federação Paraibana de Futebol (FPF). Depois disso, Renan teria entrado no carro e ido embora, sem, em momento algum, fazer uso de uma arma de fogo.
- Ele sabe que sou policial. Eu acho que é desespero. Eu não tenho que ter uma atitude dessa. Eu estou indo na delegacia e vou no sindicado dos árbitros. Ele vai ter que provar essa situação que ele arrumou. Se ele me mostrar algum vídeo ou alguma foto... Ele vai ter que responder isso nas esferas penal, administrativa e cível. Eu também tenho quatro testemunhas, o quarteto de arbitragem, que não teve nada disso que ele falou.
Currículo de Renan Roberto
O árbitro paraibano Renan Roberto tem 31 anos e desde 2011 faz parte do quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Principal árbitro da Paraíba, Renan normalmente é escalado pela CBF para partidas de competições nacionais, como Copa do Nordeste, Copa do Brasil e séries B, C e D do Campeonato Brasileiro.
Confira a nota do Auto contra o árbitro Renan Roberto:
"NOTA OFICIAL
O Auto Esporte Clube, vem publicamente externar a sua indignação com o comportamento miliciano, do Sr. Renan Roberto, árbitro principal da partida realizada entre Auto Esporte Clube 1x1 Atlético de Cajazeiras, no dia 07 de Março do corrente ano, quando, indagado sobre as três vezes em que teria prejudicado o clube, o Sr. Renan Roberto, sacou de uma arma de fogo, pistola, e apontou para o Presidente do Auto Esporte Clube e assessor de Gabinete do Governo do Estado da Paraíba, Dr. Watteau Ferreira Rodrigues, ameaçando a sua integridade física e a sua vida. Tal episódio foi presenciado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Clube, José Benedito Gomes, demais diretores do Auto Esporte Clube, jogadores e servidores do Estádio José Américo Filho " Almeidão " deixando todos perplexos pela atitude irresponsável e criminosa, de um policial militar, portanto servidor público, cuja missão consiste de dar segurança pública e que naquele momento estava na condição de arbitro de uma partida já encerrada. Entendemos que tal atitude criminosa deve ser apurada, nas esferas Cível, Administrativa, Penal e Desportiva. O fato de um policial militar portar uma arma, seja legal ou ilegal, fora da atividade profissional, e exercendo a função de árbitro de futebol, representa um risco para a sociedade e para todos que estiveram naquele recinto e que poderiam ser vitimados pela conduta criminosa daquele servidor. Solicitamos do Comandante Geral da Policia Militar, Cel. Euler Chaves, a instauração e apuração do referido episódio e a consequente punição do servidor. Solicitamos ao Ministério Público do Estado da Paraíba, a investigação acerca do porte de arma, fora do trabalho, a origem da arma sacada pelo servidor e do recebimento dos soldos e proventos do Servidor Público Militar, apurando como se processam estes pagamentos, já que o mesmo, encontra-se apitando partidas de futebol no país inteiro e não se encontra na sua repartição publica, prestando segurança pública, ao contrário dos demais policiais que dão segurança pública ao conjunto da população, recebendo seus proventos para tal função. Que seja instaurado, pelo Dr. Marinaldo, Procurador da Justiça Desportiva do TJD do Futebol, Ação Disciplinar em desfavor do Sr. Renan Roberto, árbitro de futebol, por ter sacado uma arma de fogo, ainda dentro de um estádio de futebol, após a realização de uma partida. Que seja notificado a Confederação Brasileira de Futebol - CBF, acerca dos fatos aqui narrados, pelo Presidente da Federação Paraibana de Futebol - FPF, Amadeu Rodrigues da Silva Júnior, procedendo o afastamento do árbitro, nas esferas Nacional e Estadual. Solicita ainda, a convocação do Coletivo de presidentes de clubes, em assembleia, para se posicionar sobre o caso. João Pessoa, 08 de Março de 2018. Auto Esporte Clube."
Globo Esporte PB
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