Agora, o Botafogo se junta ao Galo, buscando o sonhado acesso para a Série B em 2015. Ambos estão no Grupo A e, pelo poder de investimento, podem até ser considerados favoritos ao mata-mata.
Numa análise mais profunda da chave, o técnico Marcelo Vilar, do Botafogo, adotou o discurso politicamente correto. Mas deixou claro que o Belo tem todas as condições de conseguir o objetivo, que é chegar à Série B.
- Vamos enfrentar times tradicionais, o que nos dá a certeza de que vamos ter uma competição difícil pela frente. Mas o Botafogo vai brigar para subir, como fez no ano passado - lembrou.
No lado trezeano, o otimismo não é menos evidente. Para o técnico Leandro Machado, o Galo tem todas as condições de ir longe na Série C deste ano, principalmente pela experiência adquirida nas duas últimas edições.
(Foto: Leonardo Silva / Jornal da Paraíba)
A esperança dos paraibanos tem uma razão de ser. Com exceção de Fortaleza, CRB e Paysandu, nenhum outro integrante do Grupo A está cumprindo uma campanha regular em 2014. Para Betim e Águia de Marabá, o ano sequer começou, já que estão disputando a segunda divisão em seus respectivos estaduais.
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TIMES PODEM DISPUTAR COMPETIÇÕES SIMULTÂNEAS
Um dos problemas que Botafogo e Treze podem enfrentar é com o calendário. Isso porque, com o atraso no Campeonato Paraibano, provavelmente os dois terão que disputar competição nacional simultaneamente com a estadual.
A situação, claro, não agrada. Para o presidente botafoguense, Nelson Lira, o time deveria estar concentrado apenas na Série C. Ele vai esperar pela divulgação da tabela da segunda fase pela FPF, deixando claro que o assunto já vem sendo discutido internamente pelo clube.
- Esse é um assunto que preocupa. Tanto que faz parte das discussões da diretoria. Vamos esperar pela divulgação da tabela da segunda fase do Paraibano para tomar uma posição oficial sobre o assunto - disse Nelson Lira, deixando claro que o Paraibano também é prioridade para o Belo.
A opinião é compartilhada pelo trezeano Eduardo Medeiros. Ele reconhece que não há outra saída senão disputar as duas competições paralelamente, mas já deixou claro que vai brigar para que o clube não seja prejudicado.
- Veja a situação de um jogo em Cuiabá, por exemplo. Por uma questão de logística, temos que sair três dias antes da partida. Isso inviabilizaria jogar no meio de semana pelo Campeonato Paraibano. E isso eu não abro mão - avisou o dirigente, ressaltando que quer o título estadual e que, por isso, não pretende deixar a competição estadual em segundo plano.
Caso tenham mesmo que disputar duas competições simultâneas, Botafogo-PB e Treze ficarão em desvantagem em relação aos adversários, que terão apenas a Série C para se preocupar.
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RETROSPECTO NÃO É ANIMADOR
Subir de divisão pode não ser tão fácil como botafoguenses e trezeanos fazem acreditar. Se conseguirem para a Série B em 2014, eles vão escrever mais um capítulo na ainda pobre história do futebol paraibano em competições nacionais.
Na verdade, desde que a CBF resolveu adotar o sistema de acesso e descenso, apenas duas vezes a Paraíba conseguiu subir: com o Campinense, em 2008; e com o Botafogo, no ano passado. Fora isso, é farto o histórico de frustrações.
O Treze chegou à Série C em 2012, mas graças a uma manobra jurídica. Quinto colocado na quarta divisão do ano anterior, o Galo entrou com uma ação na Justiça comum para excluir o Rio Branco-AC da competição - justamente porque o time acreano tinha entrado na Justiça sem ter esgotado todas as instâncias desportivas.
Graças a uma liminar da juíza Ritaura Guedes, da 2ª Vara Cível de Campina Grande, o Galo está até hoje na Terceirona.
No ano passado, o time até esteve perto do acesso dentro de campo. Ficou a um gol de eliminar o Vila Nova-GO - venceu em casa por 1 a 0, mas perdeu no Serra Dourada por 2 a 0.
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APOSTA NA EXPERIENCIA
Para mudar o cenário de fracassos, botafoguenses e trezeanos trataram de buscar jogadores experientes no mercado. O Galo tem lá as suas armas. Apesar de ter decepcionado na Copa do Nordeste, ninguém pode dizer que o time não é experiente e com um histórico de acessos que dá para animar qualquer torcedor.
O lateral direito Eduardo Arroz, por exemplo, conseguiu subir jogando pelo América-RN. E agora espera repetir a dose no Treze.
Quem também já sentiu o gostinho do acesso foi o lateral esquerdo Chiquinho Baiano, um dos destaques recentes do ASA de Arapiraca. Assim como o companheiro de zaga, ele dá a receita para o sucesso trezeano na Série C.
- Temos que procurar manter os pés no chão. Temos uma equipe boa, uma equipe que tem plenas condições de fazer uma grande Série C, mas temos que começar por etapas. Já tive a oportunidade de disputar essa competição e conseguir o acesso e se tiver todo mundo focado fechado com esse objetivo eu tenho certeza que o Treze pode conseguir esse objetivo - completou o defensor, indicado pelo técnico Leandro Campos - que, aliás, também tem bagagem dirigindo ABC e Ceará em divisões maiores do futebol brasileiro.
No Belo, que já contava com o meia Lenílson (campeão brasileiro pelo São Paulo) e Warley (que já jogou até na Seleção Brasileira), a grande aposta para a Série C deste ano é o argentino Frontini. No ano passado, foi justamente o atacante o algoz do Treze, ao marcar os dois gols do Vila Nova-GO no mata-mata.
- Nós eliminamos o Treze na Série C do ano passado. Tínhamos um conjunto muito forte lá (no Vila Nova), como somos um conjunto muito forte aqui também - comparou.
E ele não vê a hora de voltar a jogar contra o Galo na competição nacional. Mas minimiza a rivalidade e diz que a ansiedade é apenas pela estreia, no dia 27 de abril.
- A gente não vai travar um duelo à parte aqui com o Treze. É apenas mais um adversário pelo qual a gente vai ter que passar para chegar ao nosso objetivo principal, que é subir o time e ser campeão - comentou Frontini.
- Seria importante ganhar os dois jogos contra o Treze, que vai nos dar seis pontos e nos colocar mais perto da nossa classificação para que em 2015 tenhamos um time de João Pessoa jogando a Série B.
Além do atacante, o Botafogo também aposta na manutenção da base que conquistou a Série D do ano passado. O capitão Lenílson é um bom exemplo de como o time está encarando a competição em 2014: apesar das muitas propostas que teve para deixar a Maravilha do Contorno, ele resolveu ficar e apostar no projeto de subir à Série B.
- O Botafogo está investindo muito nesse sonho. Já provamos ter condições de brigar com qualquer um. É claro que a expectativa é grande, mesmo reconhecendo que é uma competição difícil. Além do mais, antes dela ainda temos que nos concentrar no Paraibano - alertou Lenílson, considerado o jogador mais importante no título nacional do Belo.
Globoesporte.com/PB
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