Acostumado a tomar um boa dose de uísque escocês – legítimo é claro – todo início de noite para relaxar, Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), deve ter se excedido um pouco no domingo à noite. A 38.ª rodada do Campeonato Brasileiro, a última da temporada, deu tudo certo, como ele queria.
Obcecado pelo poder e determinado a chegar ao controle da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) o cartola até deve ter aberto um champanhe francês. Afinal de contas, Fluminense e Vasco da Gama foram rebaixados, enquanto o Criciúma e o Coritiba continuam na Série A em 2014.
O que significa isso? Simples, votos na eleição da entidade que devem acontecer entre final de março e começo de março, provavelmente durante o carnaval. E os dois times cariocas, em tese, eram votos contrários, enquanto Coritiba e Criciúma são votos favoráveis.
Para se entender bem como isso funciona, o colégio eleitoral para o pleito é formado pelos 20 clubes da Série A e as 27 Federações do Brasil, num total de 47 votos iguais.
O DONO DA BOLA
E quem ganhou mais força neste final de semana foi Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), porque ele conseguiu um feito inédito, inverso ao futebol carioca – que vai ter dois times subindo da Série B para a Série A. O futebol de Santa Catarina, bem longe de tradição ao futebol do Rio de Janeiro, conseguiu levar dois times da Série B para a elite: Chapecoense, vice-campeã, e o Figueirense, quarto colocado.
Desta forma, o modesto (em relação aos outros Estados) futebol de Santa Catarina vai ter quatro votos na eleição da CBF, porque domingo o Criciúma confirmou sua permanência na Série A. Perdeu para o Botafogo, por 3 a 0, no Rio de Janeiro, mas terminou com os mesmos 46 pontos do Fluminense. Só que o Tigre catarinense tem mais vitórias: 13 a 12.
Exceto em São Paulo, onde Marco Polo vai ter cinco votos – da Federação, além de São Paulo, Palmeiras, Santos e Portuguesa – a Federação Catarinense é a segunda em votos, com quatro votos: Federação, Criciúma, Chapecoense e Figueirense. Marco Polo que tome cuidado, porque Delfim Peixoto já virou a casaca (de lado) em eleições anteriores. Peixoto está à frente da sede da Federação Catarinense há 28 anos. Um regime presidencialista-ditatorial, tão comum no esporte brasileiro.
PONTE ESTAVA DESCARTADA
Outro time que caiu e que não interessava a Marco Polo foi a Ponte Preta, um de seus filiados na Federação Paulista. Isso porque, de forma ingênua, o presidente em exercício do clube campineiro, Márcio Della Volpe, firmou um acordo há quase dois anos com Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e opositor a Marco Polo.
Na época, Della Volpe, trouxe para o clube Ocimar Bolicenho, como diretor executivo, gastaram uma nota preta (seria perto de R$ 80 mil por mês) e ainda estaria cobrindo despesas para uma empresa de comunicação a TUDDO Comunicação.
A empresa “em troca” ajudaria a Ponte Preta nos bastidores, divulgaria o clube e, ao mesmo tempo, a entidade “Mandrake” (sem representatividade) formada por Bolicenho com executivos de futebol do Brasil. É a Abex – Associação Brasileira de Executivos de Futebol. Tem mais de 100 associados e Bolicenho foi eleito, recentemente, pelo segundo mandato seguido.
Quando Bolicenho foi contratado o seu currículo era bastante negativo, com passagens ruins no Atlético-PR, onde foi rebaixado, no Marília, onde também saiu corrido e depois pelo Santos, onde foi demitido por incompetência. Mesmo assim, a Ponte Preta o contratou e comprou “o passe” para a Série B”.
CARNIELLI: GÊNIO
A sorte da Ponte Preta é que num contraponto está Sérgio Carnielli, presidente afastado e eleito "presidente de honra". Quando ele viu que o planejamento para o Campeonato Brasileiro estava errado e que a escolha por Sanchez tinha sido um grave erro, Carnielli priorizou a Copa Sul-Americana, como um gênio antevendo que seria a salvação da temporada.
Agora, a Macaca está entre o céu e o inferno. Se for campeã da Sul-Americana vai estar assegurada em quatro competições internacionais em 2014: a própria Sul-Americna, a Recopa Sul-Americana, a Copa Suruga, no Japão, e a Copa Libertadores da América. Se perder o título para o Lanús, na Argentina, a Ponte voltará um degrau atrás - para a Série B - sem maiores esperanças.
Agência Futebol Interior
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