Vasco e Atlético-PR foram condenados pelo STJD por causa da pancadaria na Arena Joinville, durante partida válida pela última rodada do Brasileirão. O Furacão perdeu 12 mandos de campo, sendo seis com portões fechados, além de multa de R$ 140 mil, somando todos os artigos nos quais ele foi denunciado. Já o Vasco pegou perda de oito mandos, sendo quatro com portões fechados, além de multa de R$ 80 mil.
Como foi em primeira instância, cabe recurso. As Federações Catarinense e Paranaense, além do árbitro Ricardo Marques Ribeiro, também foram denunciados, mas as três partes foram absolvidas.
Os clubes pegaram portões fechados pelo entendimento da viabilidade da aplicação das normas da Fifa e pelo fato de que a pena estará de volta ao futebol brasileiro no regulamento de 2014. E como a punição será cumprida só no próximo ano, esse foi um dos pontos citados.
- País do futebol não pode se tornar o da violência nos estádios. Vamos parar com jogo de empurra. Estamos julgando barbárie. A pena tem que ser proporcional mesmo. Não está no CBJD, mas está na regra da Fifa e no regulamento do ano que vem, que é quando a pena com portões fechados será cumprida - disparou o presidente da comissão, Paulo Bracks.
A pena dos clubes foi mais dura porque eles foram denunciados duas vezes no artigo 213 do CBJD, que somou o fato de serem reincidentes e, além da briga, ter ocorrido arremesso de objetos no gramado.
Durante o julgamento, as imagens da briga foram exibidas. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro, o diretor de futebol do Atlético-PR, Antonio Lopes, e o responsável pela segurança do Furacão, Marcos Cruz, prestaram depoimento. Segundo o árbitro, a decisão de reiniciar o jogo foi tomada dentro dos 60 minutos previstos no regulamento. O resto do tempo foi para "limpeza" do gramado.
A defesa do Atlético-PR, feita pelo advogado Domingos Moro, argumentou que o clube fez tudo o que era preciso para dar condições de segurança e ordem ao jogo. Moro, cujo estilo de defesa é bem contundente, ainda alegou que aplicar portões fechados não está na legislação brasileira e que tirar mando de campo já perdeu efeito.
- Eles vão ao estádio porque lá há ressonância. Eles não vão brigar na feira, porque ninguém filma. Os torcedores que foram lá foram para brigar. Mas há uma falência da perda de mando de campo. Faliu, acabou. O Atético se compromete a jogar com portão fechado. Mas o peso é muito maior. A dose errada do remédio mata o paciente, matará o futebol brasileiro, os clubes e as federações. E tirar o mando de campo não resolverá o problema - argumentou.
A defesa do Vasco, feita por Luciana Lopes, disse que o clube não pode ser punido por ações de "bandidos e psicopatas", citando que a briga começou por iniciativa da torcida do Atlético-PR.
- A torcida do Atlético-PR, ou melhor, os bandidos incluídos na torcida começaram a briga. Os torcedores do Vasco foram agredidos. Revidaram em excesso? Mas bandido é assim - disse ela, que ainda alegou a falta de responsabilidade cruz-maltina pela segurança, por ser visitante.
Em defesa da Federação Catarinense atuou o presidente da entidade, Delfim de Pádua Peixoto. Ele culpou o promotor do Ministério Público de Santa Catarina pelos incidentes no estádio;
- Enfrentamos um problema que o promotor substituto, despreparado, que usa gravatinha borboleta para aparecer na televisão, ele entrou com uma ação dizendo que não poderia ter polícia no estádio - disparou.
Pivô da confusão com a Portuguesa, o advogado Osvaldo Sestário defendeu a Federação Paranaense.
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