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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Coluna de Eduardo Araújo: Investidores

Contextualizando, em Agosto de 2004 se iniciou uma das parcerias mais famosas e turbulentas do futebol brasileiro, com a junção da MSI ao Corinthians, o clube paulista contratou diversos craques comandados por Tevez, Nilmar e Masquerano, conquistando o Brasileiro do ano seguinte.
Contudo o ano do título não ficou marcado apenas pelo sucesso dentro de campo da parceria entre Timão e MSI, mas também pela famosa “máfia do apito” que desaguou na anulação de diversos jogos e no banimento do futebol dos árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon que negociavam com investidores os resultados para beneficiar apostadores em sites.
Coincidência ou não, a parceria com o famoso empresário Kia Joorabichian e a máfia do apito dominaram as telas e as notícias da época, traduzindo um capítulo nefasto do futebol nacional, marcado por investigações do Ministério Público e da Polícia Federal sobre indícios de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, estelionato, sonegação fiscal e formação de quadrilha.
Após o período de glória do Corinthians marcado pelo título brasileiro de 2005, através de injeção artificial de recursos, em junho de 2007, por conta das investigações e da pressão de torcedores e da imprensa, a MSI abandonou sua sede no Brasil, deixando o Corinthians atolado em dívidas de cerca de 90 milhões de reais.
A situação posta, rememore-se, acabou por dar ao Corinthians o pior revés da sua história, o rebaixamento para a Série B do Brasileirão em 2007, tendo iniciado em 2008 uma reestruturação completa no clube com o fito de solucionar os problemas deixados pela má administração e a contabilidade artificial e criativa gerenciada pelos investidores.
Em terras tabajaras, guardadas as devidas proporções, em Julho de 2016 iniciou-se uma parceria entre o Internacional (até então de Santa Rita) e um grupo de investidores do Sul do pais, alardeando que trariam modernidade, títulos e a negociação de atletas para o exterior, gerando o crescimento exponencial do modesto clube paraibano.
A parceria, de início, causou surpresa com o título invicto da segunda divisão paraibana e o consequente acesso a elite estadual, sendo marcada por ótimas condições estruturais para seus atletas e comissão técnica, assim como boas contratações e salários em dia. Em 2017 a junção continuou, mantendo a base vitoriosa da segundona e trazendo mais qualidade ao elenco que terminou o Primeiro Turno do PB2017 no G4. Porém, ao fim do primeiro turno, a parceria chegou ao fim, causando a saída do treinador e diversos atletas e o rebaixamento do Inter da Paraíba.
Recentemente, o Figueirense entregou a gestão do futebol a uma empresa externa, a qual deveria soerguer o clube financeiramente e realizar o pagamento dos salários dos atletas e comissão técnica para colocar o Figueirense nas pontas das tabelas. Em pouco tempo a parceria ruiu, e o time de Santa Catarina não foi rebaixado à Série C por ter sido abraçado novamente por seus diretores e torcedores.
As “sociedades” com investidores externos não são o mal, mas também não são a salvação dos clubes brasileiros, pois não adianta realizar a parceria visando apenas a contratação de atletas, pois sem benefício de ordem estrutural ou técnica, ao final, encontra-se uma verdadeira terra arrasada, pois o começo apaixonado e prazeroso, encerra-se com um divórcio litigioso que só traz prejuízo para todas as partes

Eduardo Araújo
Advogado
eduardomarceloaraujo@hotmail.com

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