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sábado, 13 de maio de 2017

Causos & Lendas do Nosso Futebol: O RETORNO DA RAINHA DO BREJO

Na primeira metade da década de 70, o time do Guarabira havia realizado vários investimentos em seu departamento de futebol profissional, adquirindo o moderno material esportivo necessário para jogos e treinamento, reformado a concentração, o refeitório e pintado tudo nas cores azul e branca.
Em seguida convidou o experiente Manoel Veiga para treinar a equipe. Jogadores de várias cidades foram contratados para, junto com as revelações locais disputar o certame estadual. Era um time mesclado de talentos jovens com a experiência de jogadores já rodados em outras agremiações, como Lula, Vavá, Guri, Vandinho, Pereira, Jonildo e tantos outros.
A idéia era repetir a performance da campanha de 1969, quando o temido esquadrão do “Espantalho do Brejo”, desclassificou o Campinense Clube  e classificou-se entre os primeiros do certame patrocinado pela FPF.
O Dr. Roberto Paulino, ex-governador, havia deixado a presidência do espantalho do brejo, há poucos meses, e quem o substituiu no cargo foi à empresária e sua tia Maria Paulino. Inegável o esforço e o incentivo da família Paulino no desenvolvimento do futebol daquela cidade. Sempre estiveram presentes.
Ocorre que o time já havia disputado cinco jogos consecutivos e ainda não havia ganhado nenhuma partida. Tinha perdido três e empatado duas, sendo que, os empates ocorreram em seus domínios, no estádio Sílvio Porto, e jogando contra equipes consideradas fracas.
Antes do treinamento daquela segunda-feira, Manoel Veiga fez uma reunião com os atletas e passou a questionar a falta de bons resultados, o que estaria faltando para a equipe render o esperado pela torcida e almejado pela comissão técnica?
Todos deram a sua opinião. Uns acharam que a defesa estava falhando muito e sobrecarregando o goleiro. Outros elegeram a falta de pontaria dos atacantes que resultava no baixo índice de gols. Várias foram às hipóteses. O que todos concordavam era que a equipe se ressentia de um “entrosamento” maior e que isso só seria resolvido com a sequência dos jogos.
Como ela costumeiramente gostava de fazer, de repente chegou ao local de treinamento a presidente Maria Paulino, descendo de seu vistoso Ford Galaxie, de cores amarela e branca, portando um cigarro na boca, e foi em direção aos jogadores e comissão. Logo atrás dela veio o seu motorista conhecido por Cadete.
Educadamente, ela cumprimentou o treinador Manoel Veiga apertando-lhe a  mão, em seguida deu um bom dia aos jogadores que ato contínuo responderam timidamente ao cumprimento. Manoel Veiga, para quebrar o gelo, foi logo dizendo: presidente, acabamos de fazer uma avaliação sobre a equipe e os fracos resultados obtidos. Enquanto ele falava, ela escutava atentamente a explanação sobre as deficiências, o planejamento, a matemática para a classificação, enfim, tudo explicado aos mínimos detalhes. Ao final do relatório o treinador enfatizou e deu muita ênfase na ausência de “entrosamento” prejudicando muito e sendo o fator primordial no pífio desempenho do “azulão do brejo”. Enfim, disse-lhe ele, com a chegada do “entrosamento” nós vamos começar a vencer.
Mal ele encerrou a sua explicação Dona Maria Paulino chamou o seu motorista  e pediu-lhe que fosse ao carro e pegasse a sua bolsa. Ela sentou-se em uma mesa improvisada, abriu a carteira e tirou de seu interior um talão de cheque do  Paraiban, assinou uma folha em branco e entregou a Manoel Veiga, dizendo: vá com o meu motorista em meu carro e leve esse cheque em branco e só me volte trazendo contratado esse tal de “entrosamento” para jogar no Guarabira.
Deixando os Causos & Lendas do Nosso Futebol de lado, temos a certeza que Dona Maria Paulino escreveu com tintas douradas e perpétuas o respectivo nome na brilhante história do futebol paraibano. Infelizmente, os seus sucessores  não deram sequência nem adubaram o que havia sido plantado em termos de futebol naquela cidade polo.
Hoje, depois de passar uma grande temporada afastada do futebol profissional, a famosa "Rainha do Brejo" retorna ao cenário futebolístico disputando a segunda divisão do campeonato paraibano, por meio de um grande esforço do grupo liderado pelo presidente Domingos Sávio, que diuturnamente vem montando a estrutura necessária para brilhar em 2017.

Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br

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