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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Jogador de 71 anos marca gol na reinauguração do estádio Bronzeadão em Remígio; vejam o histórico de Seu Zezinho Oliveira

 
Arlindo Júnior e seu pai Arlindo (Zezinho Oliveira) atuaram pelo mesmo time na reinauguração do estádio Bronzeadão em Remígio (Foto: Arlindo Júnior)
No último domingo, 26 de setembro de 2021 foi a reinauguração do estádio Bronzeadão em Remígio, um fato histórico aconteceu na partida festiva onde o Independente venceu o Remigense por 6x1, um dos gols do Independente foi marcado por um jogador de 71 anos de idade é um dos atletas mais velhos do mundo em atividade.
Seu Zezinho Oliveira ao lado de sua esposa e seus filhos (Foto: Arlindo Júnior)
Trata-se de Seu Zezinho Oliveira, 71 anos de idade e uma linda história de vida que ele mesmo escreveu a punho com exclusividade para o Blog Esporte do Vale, ele atuou ao lado de seu filho Arlindo Júnior, a partida festiva de reinauguração do Bornzeadão relembrou o antigo clássico de Remígio entre Independente e Remigense. 
Zezinho Oliveira (Segurando a bola atuando pelo antigo Remigense na década de 70), antigo time da cidade de Remígio (Foto: Arquivo/Arlindo Júnior)
Foi um momento de muita comemoração, superação e força de vontade, um sonho realizado, a revitalização do estádio foi feito pela Prefeitura Municipal de Remígio em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes que tem a frente o secretário Ricardo Silva e proporcionou esse fato histórico.
Foto do Remigense FC, esse 2º em pé a direita (de óculos) é Paizinho Bronzeado que hoje o estádio Bronzeadão leva seu nome, seu filho o 4º a esquerda em pé jogava na equipe (Foto: Arquivo/Arlindo Júnior)
Veja abaixo o relato que foi escrito a punho pelo próprio Zezinho Oliveira onde conta sua história desde quando iniciou até a partida do último domingo, iuma linda e emocionante história, confiram:

Remígio, 26 de setembro de 2021
Eu sou José Arlindo Oliveira Silva, conhecido como Zezinho Oliveira. Nasci em Remígio na antiga rua do Beco do Jacaré, hoje Rua Francisco Tonel, em 16 de agosto de 1950.
Naquela época era muito difícil jogarmos com bola de couro ou mesmo de borracha, então, improvisávamos uma bola de meia, pegávamos uma meia usada e colocávamos dentro dela lã de algodão e retalho de pano. Estava pronta a bola.
Com 11 anos de idade eu com outros meninos compramos em Esperança um terno de camisas usadas que pertencia a um primo de um dos meninos na nossa turma. Em 1961 fundamos com essas camisas, o primeiro time infantil de Remígio (com camisas) o ABC Futebol Clube. Em 1965, com 15 anos comecei jogar pelada no campo municipal, jogando no 2º quadro do time principal da cidade chamado S.A.E.R. (Sociedade de Amparo ao Estudante de Remígio). Na época do time do S.A.E.R., fundaram o time chamado Comercial, rival da S.A.E.R. Tempo depois, com o término da SAER e do Comercial, foi fundado na cidade, o time do Remigense Futebol Clube, onde comecei a jogar de lateral esquerdo (sou canhoto) provavelmente em 1969 ou 1970. Lembro-me que estávamos invictos a vários jogos, numa partida de futebol contra o bom time do Mariluz de Campina Grande, estávamos perdendo a invencibilidade. Tiro de meta para o Remigense, pedi ao goleiro nosso, o Meneninho que batesse o tiro de meta para mim, foi o que ele fez, dei uma arrancada pela esquerda driblando quem estava na minha frente até a pequena área do adversário, desloquei o goleiro e fiz o gol que Pelé tentou e não fez. Eu jogava bem de lateral ou quarto zagueiro, mas não era visto. A partir daquele gol inesquecível, percebi que bom mesmo era jogar na frente, na linha como chamávamos, fazendo gol éramos vistos e reconhecidos, daí comecei jogar de ponta esquerda (hoje posição abolida). No Remigense me chamavam de Oliveira, fiz vários gols, inclusive dois contra o Guarabira, então participante do Campeonato Paraibano. O Remigense participou da Copa Borborema, naquela ocasião, casado e feirante eu não podia jogar o primeiro tempo, quando terminava de vender a carne ia correndo ao estádio e entrava no jogo, sempre no segundo tempo, jogar fora de Remígio eu não podia, mesmo assim, ainda fiz seis gols. Os jogadores que não tinham vez no Remigense fundaram o Independente que se tornou o nosso maior rival. Nós queríamos jogar contra eles, mas eles não aceitavam, até que um filho de Remígio morando em São Paulo mandou uma taça para ser disputada entre os dois times de Remígio. Se eles não aceitassem jogar, a taça era entregue ao Remigense. Tiveram que jogar, ganhamos de 3 x 0, inclusive eu fiz o terceiro gol. Aos 34 anos abandonei o futebol, mas continuei, fui eleito por aclamação no clube SAER como presidente do Remigense. Jogamos com eles mais duas vezes pela Copa Borborema, ganhamos as duas:  2 x 0 e 1 x 0. Com eles só jogamos essas três vezes, e ganhamos todas. Eles evitavam jogar conosco.
Casado e arrimo de família (meu pai enfermo não podia trabalhar) apenas eu treinava com a turma. Provavelmente em 1986 joguei as últimas peladas no time de veterano o Vesclub. Pendurei as chuteiras. 
Se não me engano em 2018, no aniversário da cidade houve um jogo comemorativo entre um time de Remígio e do Rio Grande do Norte, mesclados de jovens e veteranos. Nessa data, a Secretaria de Esportes de Remígio homenageou a mim, Galego de Pedro Quiqui e Ferreira (todos nós tínhamos jogado pelo Remigense).
Fazia 32 anos que eu havia jogado futebol, porém como homenageado teria que jogar, treinei dois dias antes do jogo e joguei os dois tempos. No futebol eu teria muita coisa para contar...
Domingo, 26 de setembro de 2021 – Reinauguração do Estádio Municipal o “Bronzeadão”, jogo festivo entre Remigense x Independente.
Os dois times foram escalados pelo Diretor de Esportes, fui escalado juntamente com meu filho Arlindo, para jogar pelo Independente, relutei um pouco, mas aceitei. Imagine, recebi o convite para jogar no sábado à tarde, o jogo no domingo. Não tive oportunidade de treinar.
De início eu disse que não iria jogar, porque não treinei, mas minha esposa e meu filho Arlindo me incentivaram, eu aceitei. Minha esposa Rozeli disse: você vai jogar e fazer um gol, eu ri!
Revivemos o passado: Remigense x Independente, como já disse, eu e Arlindo escalados no Independente. Por ironia do destino joguei pelo Independente. Imagine, no espaço de 35 anos havia jogado uma vez, ninguém podia exigir nada de mim.
O jogo começou mais ou menos às 11 horas, calorão! Em campo eu pensei: vou substituí a minha idade cronológica (71 anos, 1 mês e 10 dias) pela idade psicológica, digamos, 30 anos.
Joguei os 90 minutos, qualquer jogador podia sair e entrar novamente. Eu pensei, eu não vou sair, preciso fazer um gol. Quando alguém olhava para mim, querendo entrar em meu lugar, eu fingia que não estava vendo. Faltando pouco tempo para terminar o jogo, recebi a bola na pequena área, se chutasse dali, o goleiro pegava, as pernas não ajudavam, o chute fraco, perderia o gol, avancei em direção ao gol, driblei o goleiro e marquei, talvez o último gol da minha vida, ganhamos de 6 x 1. Ironia, até para ganhar do Remigense o Independente precisou de jogadores do rival. Brincadeira!
Teria muita coisa para contar, porém acho que até excedi.
Escrevi apenas o que veio a minha mente, fui comunicado quase às 11 horas da noite, não tive tempo de pensar cautelosamente. Obrigado.
Seu Zezinho Oliveira participou da última edição da Corrida Internacional de Remígio (Foto: Arquivo/Arlindo Júnior)

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