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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Protocolo de retorno do Campeonato Paraibano não prevê testagem antes dos jogos

Foto: Samy Oliveira/ Campinense Clube
Acredite se quiser, o Guia Médico disponibilizado pela Federação Paraibana de Futebol (FPF) não prevê testagem antes dos jogos, apenas na reapresentação dos elencos para os treinamentos. A polêmica surgiu por causa do jogo-treino realizado por Treze e Perilima no último sábado (11).
Acontece que os jogadores dos dois clubes não foram testados para o duelo. Os exames para saber se estão infectados com o novo coronavírus aconteceram apenas na reapresentação das equipes, no fim do mês de junho. Ou seja, os atletas e funcionários estavam há pelo menos onze dias sem serem testados.
Como o período de encubação do vírus dura cerca de 14 dias, é possível ser infectado em qualquer atividade do dia a dia, mesmo que cumpra o isolamento, com contato com amigos ou familiares que tenham ido em um supermercado ou farmácia, por exemplo. Mas, o que diz o protocolo médico da Confederação Brasileira de Futebol sobre isso?
No Guia Médico disponibilizado pela CBF em seu site, não está claro se é preciso testar toda a delegação das equipes antes das partidas. Entretanto, no 14º tópico, o documento deixa implícito que os clubes precisam enviar semanalmente dados sobre possíveis casos positivos. Para saber do resultado, é preciso testar.
Além do disposto no parágrafo anterior, semanalmente os clubes deverão enviar os dados de eventuais casos positivos para o banco de dados da Comissão Médica e de Combate a Dopagem da CBF — está escrito no sétimo parágrafo do 14º tópico.
Já no protocolo médico feito pela FPF, em que o Voz da Torcida teve acesso, a dúvida permanece. No segundo tópico, chamado de “retorno das atividades”, temos duas seções diferentes. Na primeira, sobre o retorno dos treinos, está escrito que:
Será feita a realização de testes homologados pela ANVISA (coronavírus) com 48h antes do início da retomada ao futebol, sendo testados jogadores e membros das comissões técnicas, além de avaliações clinicas com questionários dirigidos e exames clínico adequados.
O parágrafo, por não estar totalmente claro, está aberto a interpretações diferentes. Por estar na seção do retorno dos treinos, entendemos que só é preciso testar os jogadores e funcionários na reapresentação dos elencos, antes do reinício dos treinos. Essa foi a interpretação de um dirigente ouvido pelo Voz da Torcida.
Todavia, outro cartola atendido pela reportagem explicou que, na visão dele, os testes têm validade de 20 dias. Ou seja, a cada 20 dias é preciso refazer a testagem de todos funcionários. Já um terceiro diretor, de outro clube, afirmou que fará a testagem antes de todos os jogos.
Porém, a questão principal é que os times farão os testes por acharem sensato, não por obrigação da FPF. Nesta segunda-feira (13), Atlético de Cajazeiras e Botafogo-PB refizeram a testagem em todos funcionários.
O VT entrou em contato com Otamar Almeida, diretor executivo da FPF, que informou que os exames serão feitos a cada 14 dias. Isso não está escrito no Guia Médico em que a reportagem teve acesso. Além disso, a distância de dias entre a reapresentação do elenco e começo da testagem no Treze e Perilima (27/06) e o dia do jogo-treino (11/07), é exatamente de 14 dias. Ou seja, os testes deveriam ter sido feitos no dia da partida ou um dia depois, o que não aconteceu.
A título de comparação, o Guia Médico feito pela Federação Catarinense de Futebol prevê que todos os integrantes das delegações precisam fazer o teste-rápido 24h antes de todas as partidas da competição.
O teste imunológico por imunoflorescencia – teste rápido – deverá ser disponibilizado para a triagem de todos os envolvidos no evento 24 horas antes do inicio da partida – informa.
Mesmo assim, no último sábado, veio a público que 14 integrantes da Chapecoense foram diagnosticados com o novo coronavírus após o duelo do dia 08 de julho, contra o Avaí, que marcou o retorno do futebol em Santa Catarina. Com isso, o confronto contra o mesmo Avaí, no domingo (12), foi cancelado. Após isso, o atacante Roberto, da Chape, foi internado com Covid-19 e disse passar pelo “maior desafio da vida”. Um triste reflexo da irresponsável volta do futebol no Brasil.
Isso mostra que, mesmo com a testagem um dia antes dos jogos, não existe garantia de imunidade para ninguém.
No jogo-treino entre Treze e Perilima outra regra estabelecida pela FPF no Guia foi quebrada. Segundo o protocolo feito pela federação, está proibida qualquer tipo de entrevista presencial e cumprimentos físicos entre jogadores e outros agentes da partida.
Estará suspenso o cumprimento físico entre jogadores, comissão e arbitragem, além da suspensão das entrevistas presenciais, eliminando aglomerações, adotando a distância adequada dos profissionais e utilizando videoconferência.
Na ocasião, o repórter da TV 13, que transmitia o jogo, entrevistou dois atletas do Galo da Borborema, além do treinador Moacir Júnior. Os dois jogadores, obviamente, estavam sem máscara e falaram ao mesmo microfone que o comunicador usou durante toda a transmissão, o que não é recomendado. Em programas jornalísticos, facilmente vemos os entrevistados segurando o próprio microfone, devidamente higienizado, enquanto o entrevistador segura apenas o seu, sem compartilhar o equipamento.
Para piorar toda a situação, Valberto Lira, procurador de Justiça, prometeu levar o caso à polícia civil, pois, segundo ele, o jogo não poderia acontecer, já que a própria prefeitura de Campina Grande não havia liberado o confronto entre duas agremiações diferentes, apenas treinos.
Entretanto, na manhã desta segunda (13), ao GloboEsporte.com/PB, o Secretário de Saúde de Campina Grande, Filipe Reul, diz que a própria prefeitura pode liberar situações específicas, que seria o caso do jogo. Todavia, é entendimento do Superior Tribunal Federal que os municípios não podem ir contrários a determinações do governo do estado que, no sábado (11), não liberava amistosos. Por este motivo, as medidas restritivas que a prefeitura de Cabedelo, no litoral, pretendia afrouxar, não puderam ser colocadas em prática, por impedimento do STF.
Na Paraíba, sem a testagem obrigatória antes das partidas, o perigo de uma propagação do vírus é eminente. Além disso, a falta de clareza da FPF no protocolo médico causou várias interpretações divergentes sobre a mesma situação. A desorganização pode ser perigosa, visto que 1.284 pessoas já morreram na Paraíba graças a Covid-19.

Equipe @Vozdatorcida

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