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domingo, 22 de março de 2020

Dirigente banido do futebol organiza "peneiras" pelo Brasil e cobra até R$ 5 mil por profissionalização de atletas

Policiais cumpriram mandado de busca na casa de Maurício Pelegrini no fim de 2019 — Foto: Reprodução
Mesmo banido do futebol, dirigente acusado de manipulação de resultados faz peneiras pelo Brasil
O anúncio oferece R$ 1,5 mil de salário e passagem para o Rio de Janeiro. Pela proposta, os atletas disputariam a quarta divisão do Campeonato Carioca pelo São José, time suspenso do futebol.
A "peneira" seria realizada em 21 cidades de 11 estados, além do Distrito Federal. A oferta atraiu centenas de interessados. Muitos se sentiram lesados.
O organizador das "peneiras" é Maurício Pelegrini, que se apresenta como diretor do clube do interior do Rio. Em fevereiro, ele foi banido do futebol por envolvimento num esquema de manipulação de resultados na quarta divisão do Carioca.
- Galera, vocês são um produto, a partir do momento que vocês não servem mais pra gente, a gente vai dispensar - disse Pelegrini aos atletas numa gravação de câmera escondida em uma das "peneiras".
Durante 15 dias, o Esporte Espetacular seguiu os passos de Pelegrini por três estados. Os atletas reclamavam do amadorismo do processo de seleção.
- Ele falou que era pra esperar que estavam chegando mais três dirigentes. Não veio ninguém. Nem bola tinha. Tinha uma murcha e ele nem tava prestando atenção. Colocava os jogadores para jogar e ia mexer no telefone, virava as costas, não ficava olhando, aí depois juntava a turma e ia conversar e falava que não passou ninguém - disse Maurício Barcelar, que participou da "peneira" em Goiás.
E não precisava. Na "peneira" do São José com dinheiro tudo se resolve. Alguns receberam proposta de Pelegrini. Ele chegava a cobrar até R$ 5 mil para colocar um jogador em um clube modesto das divisões inferiores do Rio.
- Ele falou que quem não passou tinha como ir lá profissionalizando. Tinha que pagar uma taxa de R$ 3 mil e para assinar contrato ficava R$ 5 mil. Chegou a falar que ia ganhar um salário de R$ 3 mil também, mas 10% era deles - afirmou Bruno Silva, que também participou da "peneira" em Goiás.
O presidente do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva ) do Rio, Marcelo Jucá, criticou a atuação de Pelegrini, que deve ser julgado pela segunda instância em breve.
- Convocar pessoas para participar de peneiras ligadas ao futebol e cobrar dessas pessoas é algo abominável. Isso já sai da esfera esportiva e vai para a esfera policial. Ele está praticando crimes que devem ser punidos na esfera penal.
O caso já está sendo investigado pela Delegacia de Defraudações do Rio, que fez operação na casa de Pelegrini no final do ano passado. Ele e mais uma série de cartolas de clubes que disputaram a quarta divisão do Carioca são investigados por envolvimento num esquema de manipulação de resultados na edição do ano passado.
Em janeiro, a reportagem obteve depoimentos de atletas, teve acesso a diálogos dos envolvidos e gravou a atuação dos suspeitos nas arquibancadas para mostrar como o grupo fraudava as partidas. Em troca de dinheiro, dirigentes e atletas aceitavam perder os seus jogos.

Por Fred Justo, Sérgio Rangel, Guilherme Frossard e Marcelo Cardoso 
Globoesporte.com
Rio de Janeiro

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