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sábado, 18 de março de 2017

Causos & Lendas do Nosso Futebol: PARECE QUE FOI ONTEM - PARTE II

Como escrito na semana passada, em 1975, o saudoso governador Ernani Sátiro inaugurou os dois maiores estádios de futebol do nosso estado, o Amigão em Campina Grande, e o Almeidão em João Pessoa. Quem abrilhantou os jogos inaugurais foi o Botafogo de Futebol e Regatas enfrentando o Campinense e o Belo, respectivamente.
Ocorre que, as praças de esportes acima nominadas precisavam e foram inauguradas seguindo um cronograma administrativo e político no mês de março sem ter a iluminação dos refletores devidamente pronta e acabada, impedindo provisoriamente os jogos noturnos.
Mas quando foi no mês de agosto do mesmo ano, para complementar as duas praças esportivas e completar a alegria do torcedor, o Governo do Estado trouxe o Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro, para a inauguração dos refletores. Na Serra da Borborema, quem enfrentou o time de Zico foi o Treze Futebol Clube; em João Pessoa, foi o Auto Esporte Clube.
O Flamengo havia vencido o forte time do Treze por dois tentos a um em um jogo bastante disputado em que o alvinegro saiu na frente com um belíssimo gol do centroavante João Paulo. Mas o time carioca tinha um jovem apelidado de Zico, que almejava e foi um dos maiores jogadores do mundo, que empatou cobrando uma falta e depois virou o jogo.
No jogo da capital ocorrido no dia 15 de agosto, mais uma vez eu estava lá juntamente com os meus manos Sebastião, Reynaldo e Giovanni. Bandas marciais desfilaram pelo gramado, fogos de artifícios iluminaram o céu, o governador já não era o “Amigo Velho” como era conhecido Ernani Sátiro, e sim o Dr. Ivan Bichara Sobreira. Os dois acionaram simbolicamente o sistema de iluminação, as torres acenderam os refletores proporcionando a partir daquela data jogos noturnos.
O clube do povo, como carinhosamente é conhecido o Auto Esporte, entrou em campo com Fernando, Adalberto, Silva, Zuca e Chico Alicate. Nena, Marcílio e Augusto, Abel, Jerúsio e Catê. Destaco nessa escalação o goleiro Fernando, o zagueiro central Silva,  o meio campista Augusto, e o ponta esquerda Catê.
No centro do gramado um grande e respeitado trio de árbitros do passado, Genival Batista, que apitou o jogo auxiliado por Jair Pereira e Abdias Bonifácio. A excelente renda somou Cr$ 174.110,00. Como já era esperado, tinha mais torcedores do time carioca do que do time paraibano.
O Flamengo entrou em campo com Cantarele, Júnior, Jaime, Luis Carlos e Luis Florêncio. Liminha,  Geraldo e Zico. Doval, Luisinho e Édson. Podemos destacar nessa escalação os jogadores Júnior e Luis Carlos, na defesa, Geraldo (faleceu) e Zico, no meio de campo, e na frente o argentino Doval e o centroavante Luisinho.
A ACEP, por meio do seu presidente Laerson  Almeida, entregou ao paraibano Júnior, então uma promessa no time carioca, uma placa de prata em nome dos cronistas esportivos do estado.
Bem, terminada a festa extra-campo foi iniciado o jogo que foi dominado pelos cariocas do começo ao final.  O time de Zico venceu o “Autinho do Amor” por três tentos a zero com gols de Geraldo no primeiro tempo e Zico e Luisinho no tempo complementar. O time paraibano soube participar da festa respeitando a superioridade do adversário e não partindo para jogadas desleais, o que ocorria muito no pretérito.
Duas situações me chamaram muito a atenção naquele jogo: a primeira foi relacionada ao Zagueiro Silva, do Auto Esporte. Ele era novo, alto e forte, e possuía um bom domínio de bola. Durante a semana que precedia ao jogo, a imprensa o entrevistou por várias vezes, indagando se haveria marcação especial, homem a homem, em cima de Zico e ele respondia que não. Ao final complementava dizendo que marcar o Galinho de Quintino era a mesma coisa que marcar Chico Matemático ou Miltinho, centroavantes contemporâneos ... Dentro de campo a estória foi outra, Zico driblou o nosso zagueirão seguidamente, pela esquerda, pela direita e pelo meio. Dizem que final de jogo ele estava com torcicolo.
A segunda situação foi aos 27 minutos do segundo tempo quando Zico driblou toda a defesa do Auto Esporte, depois driblou o goleiro Fernand - um excelente jogador - escolheu o canto e apenas rolou a redonda para as redes... O estádio quase caiu, literalmente falando.
Quarenta anos depois por telefone perguntei a Fernando sobre aquele gol. Ele disse : “Serpa, ele tinha driblado todo mundo, depois me driblou por duas vezes, para a esquerda e para a direita, sem tocar na bola, usando apenas o corpo, eu quando vi a bola entrando, não tive outra atitude, a não ser começar a sorrir... Foi fenomenal.”

Parece que foi ontem.

Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br

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