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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Crônicas do Serpa: Um Jogador Diferenciado


“A disciplina sem criatividade
está próxima da mediocridade”. (Tostão)

Antigamente, quando o garoto não demonstrava intimidade com a bola, era ele

encaminhado para a trave e treinado para ser goleiro. Quando tinha intimidade, porém não se destacava, mas era um garoto alto, terminava sendo aproveitado como zagueiro. E, tendo certa intimidade, porém de estatura baixa, era o garoto encaminhado para as laterais ou pontas do time. Era mais ou menos assim a visão dos olheiros nos campos de bairros.

Agora, se o garoto tinha visão de campo, bastante intimidade com a bola, sabendo driblar na hora certa e servir de elo entre a defesa e o ataque, cadenciando e executando as tarefas como se um maestro fosse, esse era escolhido para um seleto grupo de jogadores de um time: os meio campistas.

E todo time que se prezava, que ganhava títulos e dava alegria aos torcedores, investia nos atletas do meio de campo. Isso, estimado leitor, em uma época que não se insistia em jogar com três volantes, como hoje ocorre.

Pois bem, o Botafogo da Paraíba, também observava essa filosofia de manter em seu time jogadores de alto nível no meio de campo. Posso aqui citar os que tive o prazer de assisti-los jogar: como Valdeci Santana, Odon, Leone, Otávio Souto, Benício, Nicácio, Baltazar, Zé Carlos Paulista, Dau, Roberto Viana, Silvinho, Lenilson e o melhor de todos chamado Zé Eduardo.

Nininho, o “Fiapo de Ouro”, quando prematuramente desencarnou, eu ainda não freqüentava os nossos estádios. Todavia, de tanto ouvir os comentários dos mais velhos e de ler a belíssima crônica do Dr. Carlos Pereira de Carvalho e Silva, posso sem medo de errar incluí-lo nesse rol de estrelas.

Propositadamente, deixei de citar o terceiro homem que formava com Nicácio e Zé Eduardo o meio de campo daquele super time, denominado de “Matador de Tri-campeão” pela revista Placar. Isso mesmo, caro leitor, você acertou ao mentalizar o nome do craque Magno.

Mágno Santos Cerqueira surgiu no interior da Bahia, precisamente na cidade de Itabuna, e ainda muito novo veio defender as cores da Desportiva Borborema, o extinto Gavião: Uma equipe que surgiu e existiu apenas por dois anos, na cidade de Campina Grande.

Em 1977 ele chegou para o time da Maravilha do Contorno. Jovem, talentoso e acima de tudo com um preparo físico bem acima da média. Um jogador completo. Visão de jogo, raciocínio rápido, disciplinado, chutes e lançamentos precisos...Um atleta diferenciado.

Ganhou vários títulos com o clube. Seu nome era cogitado como candidato a ganhar a disputada “Bola de Prata”, da Revista Placar, em uma época que Zico, Tita, Geraldo e Jorge Mendonça também disputavam o cobiçado troféu.

Aliás, junto com Nicácio e Zé Eduardo, Mágno chegou ao seu ápice no futebol da Paraíba, quando em um único mês o time venceu o Clube Náutico Capibaribe, no Colosso do Arruda, por dois tentos a um. Do Recife viajou para a cidade do Rio de Janeiro, onde, em um Maracanã perplexo enfrentou e venceu o Clube de Regatas Flamengo, também pelo escore de dois tentos a um.

E quando esse time inesquecível voltou a João Pessoa, com um público de 37. 465 pagantes no Almeidão, também venceu o poderoso Internacional de Porto Alegre, que tinha Mário Sergio, Batista, Mauro Galvão e companhia, novamente por dois tentos a um.

Em 1981, como já era esperado, o nosso craque Mágno foi defender as cores do Santa Cruz da cidade do Recife, onde foi bem sucedido. Depois ele ainda defendeu as cores do Ceará Sporting Clube. Quando a sua aposentadoria chegou, ele permaneceu morando na cidade de João Pessoa, contribuindo com as categorias de base.

Olhando os nossos meio campistas de hoje, treinados apenas para defender e desarmar, executando apenas o que foi dito pelo “professor”, eu diria sem medo de errar, que muitos desses atletas atuais não amarrariam as chuteiras de um jogador diferenciado como foi Mágno Santos Cerqueira.


Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br

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