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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Crônicas do Serpa: Zezito: o atleta de Cristo


O jovem pernambucano José Máximo da Silva, conhecido por ZEZITO foi transferido das categorias de base do Santa Cruz do Recife para o Nacional de Patos e, ao se destacar no time sertanejo foi juntamente com o também pernambucano Lúcio Mauro transferido para o nosso querido Botafogo Futebol Clube, no longínquo ano de 1968.
E aquele lateral esquerdo chegou ao alvinegro da estrela vermelha para marcar e escrever o seu nome na história do clube mais vezes campeão do estado. No mesmo ano em que chegou assumiu a titularidade no time e sagrou-se campeão. No ano seguinte sagrou-se bi-campeão e foi coroado com o tri-campeonato em 1970.
Zezito fez parte de uma geração de jogadores que jogavam com amor e dedicação ao time, pois os recursos financeiros e as recompensas eram quase inexistentes.
O atleta em comento possuía uma dedicação extraordinária, um preparo físico acima da média da época e era conhecido por seu vigor físico em campo, pois com ele não havia bola perdida, dividia todas e quase sempre levava vantagem. Os adversários já entravam em campo sabendo da muralha que teriam de enfrentar. Muitos atacantes perdiam o sono na véspera de enfrentá-lo, em campo, pois para ele todo jogo era disputado como se fosse uma final de campeonato.
Quando a bola passava, o atacante ficava, dificilmente os dois - atacante e bola-, conseguiam ultrapassar aquele lateral. Em última hipótese, bola para o mato, pois o jogo era de campeonato, máxima existente na gíria da época.
Dentre as lembranças desse ex-atleta consta ter enfrentado o Santos do Rei Pelé, por duas vezes, principalmente no histórico jogo em que foi marcado o 999 gol do maior jogador de todos os tempos, no saudoso estádio Olímpico do Boi Só. Também marcou a sua vitoriosa carreira, o famoso Torneio Integração, ocorrido em 1972, no Estado de Goiás, aonde  o Botafogo fez uma excelente campanha, enfrentando os times revelações do país. E naquela competição, quando enfrentaram o Clube Náutico Capibaribe, do jovem e promissor Marinho Chagas, Zezito, mesmo em uma época em que poucos laterais atacavam, foi ao ataque e deixou a bola nas redes dos pernambucanos.
Zezito permaneceu no Botafogo por seis anos, de 68 a 73, sempre sendo o titular absoluto da lateral esquerda, nesse período só não jogou quando esteve machucado ou suspenso. Também fazia o papel de preparador físico, do clube, morando um bom tempo na própria concentração. Era muito amigo do saudoso Nininho, carinhosamente chamado de Fiapo de Ouro.
A prematura morte do companheiro, foi outro fato que deixou marcas na vida dele, dessa vez, não como uma boa lembrança, mas como um fato triste e lamentável, pois para ele Nininho era um grande amigo e um jogador de bastante futuro.
O nosso ex-atleta ainda jogou no Ferroviário de Fortaleza, no Riachuelo e no Força e Luz, os dois últimos da cidade de Natal-RN. Ao encerrar a sua carreira profissional, Zezito morou com a família na cidade do Rio de Janeiro.Depois retornou e fixou residência na cidade do Recife, passando a ter  uma vida desregrada, onde prevalecia uma contumaz bebedeira que por pouco não o destruiu  e à sua família; Zezito, já no fim do túnel, procurou ajuda em uma igreja cristã existente próximo de sua casa, foi acolhido, aconselhado e passou a frequentá-la, juntamente com a sua esposa.
Hoje, aos 66 anos de idade ele reside na cidade de João Pessoa onde diariamente é visto na orla marítima pregando a Bíblia, distribuindo CDs e DVDs com  testemunhos e passagens bíblicas. Também participa de projetos sociais, com distribuição de alimentos.
Recentemente, ele foi agraciado com o sorteio de uma casa em um condomínio do governo do estado, e para completar a sua felicidade, o seu companheiro da época do Botafogo, Valdo, também foi contemplado e serão vizinhos.
Ele é esse cidadão que diariamente percorre as praias da capital empurrando um carrinho de som, portando um chapéu e um paletó bem alinhados, com um sorriso manso e conversa agradável, sempre em busca da palavra de Deus.
Torcedor botafoguense, ao reconhecê-lo nas ruas de nossa arborizada cidade, pare, cumprimente-o, aperte-lhe a mão, pois ele suou e honrou muito a camisa meia dúzia do BELO!

Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br

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