O Paysandu está de volta a uma competição sul-americana. Após decisão
do STJD, o clube paraense é, ao menos por enquanto, o campeão da Copa
Verde (torneio que reúne clubes do Norte, Centro-Oeste e Espírito
Santo), após punição desfavorável ao então campeão Brasília e, com isso,
garante uma vaga na Copa Sul-Americana do próximo ano. O tribunal
acatou uma denúncia sobre escalação de jogadores irregulares na equipe
da capital federal, e desta forma, o título passa a ser do vice-campeão –
o Papão da Curuzu. O clube brasiliense deve recorrer.
Há 11 anos atrás, o Paysandu entrava para a história como o primeiro –
e até o momento, único - clube do norte do país a disputar uma
Libertadores da América. A vaga se deu através da conquista da extinta
Copa dos Campeões, torneio disputado entre 2000 e 2002 pelos campeões
regionais. O alviceleste bateu o Cruzeiro nos pênaltis e garantiu o
título inédito e o passaporte para a maior competição do futebol da
América do Sul.
Já em 2003, a equipe se reforçou para a disputa da Liberta, com as
contratações de Róbson, o “Robgol”, que vinha de uma incrível artilharia
pelo Bahia; o promissor Iarley, ex-Ceará e que teve breve passagem pelo
Real Madrid; e o técnico uruguaio Darío Pereyra, ex-zagueiro e ídolo do
São Paulo. Darío soube mesclar a base campeã de 2002, mantendo nomes
importantes como os volantes Sandro Goiano, Lecheva e o meia Vélber, e
dando a oportunidade no time titular aos atacantes Iarley e Róbson, que
logo se entrosaram à equipe e editariam uma parceria de sucesso no
torneio.
O Papão da Curuzu não fez feio. Pelo contrário, editou uma das
melhores campanhas já feitas na história do torneio e alcançou a marca
de maior aproveitamento em uma única edição da taça – 70% dos pontos
disputados. Terminou a primeira fase invicto, com 4 vitórias e 2
empates, vencendo o Sporting Crystal do Peru duas vezes.
Chegando com muita moral nas oitavas-de-final, o Paysandu não se
intimidou diante do gigante Boca Juniors jogando em plena La Bombonera
lotada. Cientes de que não poderiam enfrentar o Boca simplesmente de
peito aberto e sabendo de suas limitações, o Papão entrou em campo com
uma proposta defensiva que deu muito certo – a zaga e o goleiro Ronaldo
detiveram as ofensivas argentinas - e apostou no contra-ataque.
Funcionou. Iarley abriu o placar aos 23 do segundo tempo, em um momento
em que o time brasileiro já contava com dois jogadores a menos
(Vanderson e Róbson foram expulsos – este último, após se estranhar com
Clemente Rodríguez, também expulso). Segurando-se com todas as suas
forças, o clube paraense segurou o resultado e conseguiu, em um dia
inesquecível, calar o La Bombonera.
No entanto, os argentinos vieram mordidos para o jogo de volta. Com
uma atuação de gala de Guillermo Schelotto, o Boca goleou o Paysandu por
4 a 2 e, desta vez, calou o Mangueirão. Era o fim da trajetória
histórica do Papão na Libertadores, mas um marco na história do clube – e
do futebol brasileiro. Posteriormente, o Boca se sagrou campeão,
deixando pra trás ainda o Santos de Robinho e Diego e também vencendo o
Milan na final do Interclubes daquele ano. O alviceleste terminou como
9º colocado e teve ainda Robgol como terceiro artilheiro daquela edição,
com 7 gols marcados em 7 jogos.
Embora o contexto seja completamente diferente, uma vaga na Copa
Sul-Americana pode dar ao Papão da Curuzu uma nova chance de fazer
história no futebol sul-americano. Embora o atual elenco não conte com
grandes jogadores como daquela época, fica a expectativa para ver o que o
time fará desta vez, e se chegará novamente a Libertadores.
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terça-feira, 29 de julho de 2014
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TAPETÃO: Paysandu ganha no STJD, é o campeão da Copa Verde e está de volta a uma competição sul-americana
TAPETÃO: Paysandu ganha no STJD, é o campeão da Copa Verde e está de volta a uma competição sul-americana
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