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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Vale a pena relembrar:Trinta anos depois, Frank Williams relembra 1º teste de Senna com F-1


Dia 19 de julho de 1983. Naquela manhã de verão na Inglaterra, um jovem piloto de 23 anos realizava um sonho: pilotar um carro de Fórmula 1. Seu nome: Ayrton Senna da Silva. Era apenas o primeiro capítulo de uma história breve, intensa, e de muito sucesso, que começou e terminou na Williams. Àquela altura, Senna já era considerado uma promessa. Em pouco tempo na Europa, havia conquistado títulos em categorias de base como a Formula Ford (1981) e Formula SuperFord (1982). Naquele ano, liderava o campeonato da F-3 britânica, principal categoria de acesso à F-1 da época. Não faltavam equipes de olho nele: Brabham, Lotus, McLaren, Williams e Toleman. E, a pedido do próprio piloto, foi a escuderia comandada por Frank Williams a responsável por dar ao futuro tricampeão sua primeira oportunidade em um carro da maior categoria do automobilismo mundial. Confira as imagens do treino, exclusivas da TV Globo, no vídeo acima. O dono e fundador da Williams, falou de suas apreensões sobre aquele dia em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
- Minha visão de Ayrton antes do teste era de um jovem que dominou todas as categorias juniores pelas quais competiu. Ele parecia estar em seu caminho até o topo. Por isso, eu estava com a mente aberta – contou Sir Frank.
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FRAME - ayrton senna testes fórmula 1 (Foto: TV GLOBO)Ayrton Senna, pela primeira vez em um carro de Fórmula 1 (Foto: TV GLOBO)
Talento na pista, 'marra' fora dela
Ele disse 'ok, é isso' e foi para o almoço. Eu pensei que ele ia querer ficar no carro o dia todo"
Frank Williams
O palco não poderia ser melhor para Senna, Donington Park. Lá, tinha vencido todas três as corridas que havia disputado nas categorias de base. O carro seria uma Williams FW08C, motor V8 Ford Cosworth, com o qual o finlandês Keke Rosberg havia se sagrado campeão mundial no ano anterior. Ayrton chegou ao autódromo, conversou com os mecânicos e entrou no bólido. Franzino, precisaria se adaptar ao cockpit de Keke, mais alto e pesado que ele. A jovem promessa fez os últimos ajustes e foi para a pista. Em poucas voltas, mostrou seu potencial, deixando todos impressionados. Cravou 1m00s5, cerca de um segundo mais rápido que o tempo anotado pelo piloto de testes do time, o britânico Jonathan Palmer. Ao fim de 83 voltas, parou nos boxes e foi almoçar. Foi aí que a "marra" daquele garoto fora da pista chamou ainda mais a atenção do dirigente da equipe.
- O mais intrigante era: ele veio para uma avaliação, conversou com os engenheiros começou a entender o carro. Então ele se virou, deu algumas voltas de instalação e passou a fazer trechos de cinco a oito voltas rápidas. Seus tempos baixavam, baixavam e baixavam. Foi muito impressionante, mas não mais do que quando ele chegou para mim após as voltas e disse “ok, é isso” e foi para o almoço. Eu pensei que ele ia querer ficar no carro o dia todo. Mas ele disse “não, estou feliz, muito feliz”. Respondi: “Foi o suficiente? Ok, obrigado”.
MOSAICO - ayrton senna testes fórmula 1 (Foto: TV GLOBO)
Naquele momento, Sir Frank conta que teve a certeza de estar diante de um piloto diferenciado.
- Depois, refleti sobre isso e pensei: “É um piloto que está totalmente no controle de tudo. Tem a própria maneira de fazer as coisas, seus próprios planos. Provavelmente será muito bom no futuro”. Ele achava que tinha feito o suficiente, entendeu o carro, fez boas voltas. Era o suficiente para ele. Ele era muito inteligente. Tinha um grande carisma e controle de tudo que dizia e fazia. Era uma pessoa incrível em muitos aspectos – avaliou.
Diz a lenda que o chefão da Williams teria até pedido para os mecânicos colocarem chumbo no carro de Senna para que o jovem não fosse tão rápido. O objetivo seria que ele não chamasse tanto a atenção dos rivais, para que a equipe conseguisse contratá-lo em um futuro breve. Verdade ou mito, não seria para 1984. A dupla do time britânico para aquele ano já estava fechada, sob contrato: Keke Rosberg e o veterano francês Jacques Laffite, já com seus 40 anos. Além disso, Frank argumentava que não costumava contar com pilotos novatos em sua equipe.
FRAME - Frank Williams reginaldo leme ayrton senna testes fórmula 1 (Foto: TV GLOBO)Frank Williams em entrevista a Reginaldo Leme após teste com Senna (Foto: TV GLOBO)
Ayrton ganhou tudo nas categorias de  base. Se ele tivesse falhado na Fórmula 1, isso teria sido mais surpreendente"
Sir Frank Williams
Outra opção era a Lotus. O chefe do time, Peter Warr, desejava contratar o brasileiro para substituir um "tal” de Nigel Mansell, mas os patrocinadores do time exigiram a presença de um piloto britânico. Além disso, ciente de onde podia chegar na F-1, Ayrton colocava diversas exigências em suas negociações, mesmo se tratando de um primeiro contrato. Como as conversas com Brabham e McLaren não foram para frente, restou a Senna ingressar na modesta Toleman. Daí em diante, o resto é história: passagens marcantes pelo pequeno time e, na sequência, pela Lotus. E uma carreira coroada com três títulos mundiais com a McLaren, em 88, 90 e 91.
União entre Senna e Williams, só dez anos depois
A Williams teve uma joia nas mãos e deixou passar. Ficou em Sir Frank o desejo de um dia contar com aquele jovem e abusado piloto que conheceu melhor naquela manhã de verão britânico. A sonhada união foi se concretizar apenas dez anos depois, em 1993, após uma conversa naquele mesmo circuito de Donington, justamente após uma das maiores atuações de Senna na F-1. Perguntando se não tinha algum arrependimento de não ter contratado Ayrton naquela oportunidade e ver a promessa se tornar um dos maiores mitos da história do esporte, Frank relativizou:
- Ayrton ganhou todas as categorias de base. Se ele tivesse falhado na Fórmula 1, isso teria sido mais surpreendente.
Quis o destino, irônico e cruel, que o casamento entre Senna e Williams durasse apenas três corridas e acabasse naquele fatídico 1º de maio de 1994, em Ímola. Um reencontro que tinha tudo para render uma bela história, acabou em lágrimas. Ayrton não teve tempo para brilhar com o carro azul e branco. Mesmo assim, piloto e equipe estarão unidos para sempre, através de um “S” estampado em todos os carros fabricados pela escuderia desde então.
Desde acidente fatal de Ayrton Senna em 1994, Williams estampa "S" em seus carros (Foto: Getty Images)Desde acidente fatal de Ayrton Senna em 1994, Williams estampa "S" em seus carros (Foto: Getty Images)
 
GE

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